28 abr, 2014
O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) está a desenvolver um sistema simples e portátil de detecção do cancro da mama que poderá vir a ser utilizado em centros de saúde ou consultórios médicos, sem recurso a biopsia.
"Só é preciso analisar o sangue, não é preciso biopsia, é um procedimento muito simples", explica à Lusa Hendrikus Nouws, professor adjunto do ISEP e investigador responsável pelo projecto cujos resultados preliminares são apresentados terça-feira num seminário no Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto).
O sistema assenta num biossensor electroquímico portátil que irá analisar uma pequena amostra de sangue do paciente e detectar a presença de substâncias (biomarcadores) associadas ao cancro da mama.
A ideia do investigador é que o sistema não seja "nem muito caro, nem muito grande", à semelhança dos mecanismos utilizados para medir a glicose em diabéticos, para que seja possível descentralizar a detecção do cancro da mama dos hospitais.
Nesta primeira fase, os ensaios com os biossensores foram feitos com amostras sintéticas, sendo a próxima fase a aplicação a amostras de doentes reais, para validação do sistema até ser possível a sua comercialização.
Hendrikus Nouws alertou, porém, que o sistema do biossensor para detecção do cancro da mama se encontra ainda numa "fase muito inicial" e que, sendo uma "área muito sensível", faltam vários anos de testes e ensaios com amostras reais até ser validado pela própria comunidade médica.