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Serviço Nacional de Saúde perde centenas de médicos e enfermeiros

08 abr, 2014 • Ana Carrilho

Listas de aposentações mostram que, nos primeiros cinco meses do ano, 215 médicos e 250 enfermeiros abandonaram ou vão abandonar a função pública.

Em cinco meses, 215 médicos abandonaram ou vão abandonar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), de acordo com as listas de aposentações de Janeiro a Maio consultadas pela Renascença.

Só em Abril, deixaram os centros de saúde e hospitais 80 médicos, sendo que mais 79 seguirão o caminho da reforma em Maio.

Aos 215 médicos que já abandonaram ou vão abandonar Estado, juntam-se 250 enfermeiros que já se aposentaram ou que o vão fazer no próximo mês.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou na segunda-feira que o Governo pretende contratar 200 médicos para medicina geral e familiar, uma medida que vai compensar, parcialmente, estas saídas.

Saúde lidera números de saídas em Maio
A Caixa Geral de Aposentações vai ter de pagar, a partir de Maio, mais 330 reformas do Ministério tutelado por Paulo Macedo, 23 delas acima de 4 mil euros.

O Ministério da Saúde está na frente da lista de aposentações de Maio da função da pública, que conta com um total de 1.600 nomes de todos os ministérios.   

Do Ministério da Educação e Ciência vão aposentar-se 215 funcionários, número que confirma a tendência de descida dos últimos meses e que também se verifica no Ambiente e Administração do Território, que inclui as autarquias. Neste Ministério vão aposentar-se 69 pessoas.

Mas há mais quebras a registar, por exemplo na PSP e GNR, forças de segurança que ainda assim perdem mais de 150 elementos.

As Finanças também vão perder pessoal. Só a Autoridade Tributária contribui com meia centena de aposentados a partir de Maio.

Em muitos casos trata-se claramente de reformas antecipadas e que já tinham sido pedidas há mais de um ano, antes da mudança de regras que penaliza ainda mais os funcionários públicos.

A lista refere, como é hábito, o montante que cada um vai receber mensalmente mas, para além dos descontos do costume, é melhor refazer as contas. A partir deste mês, mais 165 mil pensionistas com reformas acima de 1.000 euros vão receber menos 3,5% da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e a maioria vem da Função Pública.

[notícia actualizada às 01h27 - com a contabilização dos primeiros cinco meses do ano]