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Caiu parte do tecto falso do Conservatório Nacional

04 abr, 2014

Degradação do edifício histórico e ausência de obras significam chuva num corredor e em três salas, mas estas continuam a ser utilizadas. Ministério da Educação tem conhecimento do problema, garante direcção.

Caiu parte do tecto falso do Conservatório Nacional

O tecto falso de uma sala de aula da Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN), em Lisboa, ruiu parcialmente na quinta-feira por causa das infiltrações de água.

"Por causa das infiltrações, porque tem estado constantemente a chover, os tectos falsos estão ensopados e ontem caiu um bocado do tecto de uma sala. Já tinha caído outro antes", explicou a directora, Ana Mafalda Pernão, à agência Lusa, referindo que ninguém ficou ferido.

Actualmente, por causa do estado de degradação do edifício e pela ausência de obras profundas, chove num corredor e em três salas, mas estas continuam a ser utilizadas por professores e alunos.

"Há uns buracos nos tectos falsos, mas as salas continuam a ser usadas. Não posso deixar de as usar, tenho todas a 100%", referiu a responsável pela escola, garantindo que os pais e encarregados de educação dos alunos estão ao corrente da situação.

O problema é antigo. Em Dezembro de 2012, a Renascença visitou o Conservatório e encontrou um edifício degradado.

Edifício histórico
Em Dezembro passado, a Escola de Música do Conservatório Nacional angariou cerca de 12 mil euros numa maratona de 18 horas de música intitulada "O Conservatório sai à rua" e que convidava os lisboetas a verificarem no local o motivo das queixas da direcção.

A escola de música funciona no antigo Convento dos Caetanos, construído no século XVII, e os problemas no edifício são antigos, sendo necessárias - segundo a direcção - intervenções no telhado, insonorização das salas, recuperação das janelas, aquecimento, porta de entrada e espaço para os alunos poderem praticar a nível individual.

Ana Mafalda Pernão afirma que o Ministério da Educação tem conhecimento do estado actual do edifício, mas que não obteve da tutela qualquer resposta. A directora não adianta qualquer valor de verbas necessárias para intervenções no edifício, porque nunca foi feito nenhum caderno de encargos.

Apesar do peso histórico do edifício e da reputação a ele associado, Ana Mafalda Pernão não excluiu a hipótese de uma mudança de espaço: "Se for uma coisa, nova, sólida, dentro de Lisboa. Não sei, é preciso um diálogo".