Relatório PISA
Alunos são bons em problemas práticos mas fracos no pensamento abstracto
01 abr, 2014 • Fátima Casanova
É a primeira vez que o maior estudo internacional sobre as competências de literacia analisa a sua capacidade de resolução de problemas, simulando situações da vida real.
Os alunos portugueses são melhores a planear e a executar do que a pensar em abstracto, concluiu o relatório PISA, divulgado esta terça-feira. O documento inclui resultados dos testes feitos em computador a 85 mil estudantes de 44 países.
Esta é a primeira vez que o maior estudo internacional sobre as competências de literacia dos alunos analisa a sua capacidade de resolução de problemas, simulando situações da vida real.
Mexer num MP3 que os alunos acabaram de receber ou num ar condicionado que não tem instruções, comprar o bilhete do transporte numa máquina que nunca viram, foram alguns dos testes propostos aos alunos de 15 anos, para se saber se estão a adquirir as competências necessárias para resolver problemas do dia-a-dia.
O relatório intitulado “Resolução Criativa de Problemas: As competências dos alunos para lidarem com os problemas da vida real”, sublinha que os jovens portugueses têm facilidade em utilizar o seu conhecimento para planear e executar soluções.
Por outro lado, falham bastante na resolução de problemas que exigem processamento de informação abstracta. Também têm fraco desempenho quando se trata de questionar o seu conhecimento e experimentar alternativas.
Estas conclusões que levam os peritos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a recomendarem o desenvolvimento de competências de raciocínio, que permitam uma resolução mais eficaz dos problemas colocados.
Apesar destes reparos, Portugal obteve uma classificação que segue a média dos países da OCDE, aparecendo à frente da Suécia e logo atrás da Dinamarca.
A liderar a tabela PISA estão os países asiáticos: Singapura, Coreia e Japão.
Os resultados conhecidos esta terça-feira reflectem o mais recente
relatório do PISA - Programa internacional de avaliação de alunos.
Para inverter estes resultados, Ana Benavente, coordenadora do Observatório das Políticas de Educação e Formação, defende que as aprendizagens não devem estar tão centradas nos exames nem na memorização.
Em declarações à Renascença Ana Benavente considera que a melhoria de resultados passa pela criatividade e pela colocação de mais professores nas escolas.
[notícia actualizada às 19h31 - com a reacção de Ana Benavente]