Politécnico de Leiria perdeu quase 200 alunos por problemas financeiros

Pelo menos 180 dos alunos que abandonaram o Politécnico de Leiria (IPL), desde o início do ano lectivo, fizeram-no por motivos financeiros. Estes são os dados conhecidos, mas Miguel Gerónimo, administrador dos Serviços de Acção Social, estima que o valor real seja mais alto.

Há dois anos o instituto criou um fundo que permite aos estudantes em dificuldades pagar as propinas mediante a prestação de serviço voluntário. Só em 2013 o IPL gastou 150 mil euros no apoio a 200 estudantes.

O Governo está a estudar uma maneira de utilizar os fundos europeus para incentivar os estudantes que abandonaram o ensino superior por dificuldades económicas a regressar aos estudos. Trata-se de uma espécie de bolsa que, de acordo com o “Diário de Notícias", o Ministério da Educação está a preparar.

O programa chama-se “Retomar”, quedeve entrar em vigor no arranque do próximo ano lectivo, envolve, além do Governo, o Conselho de Reitores e o Conselho Coordenador dos Politécnicos.

O plano, ainda em discussão, é destinado a jovens com menos de 30 anos e que estejam inactivos. Está inserido no Garantia Jovem, lançado com fundos europeus para jovens até aos 25 anos que não estudam nem trabalham.

Em Portugal, a iniciativa foi alargada até aos 30 anos de idade e o investimento global é de 1300 milhões de euros.

Miguel Gerónimo considera positivo o programa Retomar, mas pede rigor na selecção e uma maior abrangência.

O programa "Retomar" pode ser, para o administrador da acção social do IPL, um complemento ao apoio aos alunos carenciados.