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Presidente deseja bom ano na quarta e deve falar sobre o Orçamento

30 dez, 2013

Desde os Governos de José Sócrates que Cavaco Silva tem deixado alertas para as dificuldades que os portugueses atravessam e para o preço das “ilusões". No ano passado, considerou que havia "fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios" impostos pelo Orçamento de 2013.

Presidente deseja bom ano na quarta e deve falar sobre o Orçamento
O Presidente da República, Cavaco Silva, volta na quarta-feira a dirigir-se aos portugueses para a tradicional mensagem de Ano Novo e deve aproveitar a ocasião para falar sobre a sua decisão em relação ao Orçamento do Estado para 2014.

Há um ano, foi na mensagem de Ano Novo que o chefe de Estado anunciou que iria requerer a fiscalização sucessiva do Orçamento para 2013 pelo Tribunal Constitucional. Em seu entender, havia "fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios".

Quase em jeito de antecipação ao que viria a acontecer no Verão, Cavaco Silva aproveitou ainda a mensagem para advertir que Portugal não estava "em condições de juntar uma grave crise política à crise" financeira em que o país estava mergulhado e defendeu a necessidade de "urgentemente pôr cobro" à "espiral recessiva" e concentrar esforços no crescimento económico.

Um ano antes, e quando se completavam quase seis meses do Governo PSD/CDS-PP, o Presidente tinha falado da importância de uma agenda para o crescimento e emprego, considerando que sem isso a situação social se poderia tornar "insustentável".

Nas mensagens de Ano Novo dos anos anteriores, ainda durante os governos socialistas liderados por José Sócrates, Cavaco Silva deixou vários alertas para as "dificuldades", o desemprego, a dívida e o preço das "ilusões".

Os apelos à união foram outro dos temas fortes da mensagem de 2011, ano em que foi reeleito e na qual também deixou avisos quando à necessidade de os sacrifícios serem repartidos "sem excepções ou privilégios".

No ano anterior, e perante as críticas que se iam ouvindo ao seu silêncio, o Presidente da República disse que não compete ao chefe de Estado intervir naquilo que é o domínio exclusivo do Governo" ou na "actividade própria da oposição", afirmando que o executivo então em funções, liderado pelo socialista José Sócrates, dispunha de "todas as condições de legitimidade para governar".