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Polícia intervém em protesto de professores contra avaliação

18 dez, 2013

Tribunal Administrativo do Funchal confirma à Renascença que aceitou a providência cautelar contra o exame dos professores contratados. Notificações já foram enviadas, mas não terão chegado ao Ministério da Educação.

Polícia intervém em protesto de professores contra avaliação
A polícia foi esta quarta-feira obrigada a intervir junto às escolas onde decorria a prova de avaliação dos professores contratados. Há registo de incidentes em Almada, Faro, Leiria e Coimbra.

Na zona Centro, a PSP afastou um grupo de manifestantes sentados em frente da Escola Secundária Dona Maria II e que gritavam "boicote", entre outras palavras de ordem. Os docentes que foram realizar o exame conseguiram entrar com a ajuda da polícia, para o qual teve de pagar 20 euros de inscrição.

Na Escola Secundária Avelar Brotero, também em Coimbra, tudo correu dentro da normalidade, com sindicalistas a darem autocolantes e panfletos aos professores que se dirigiam para a prova de avaliação.

Adriana Fernandes, a 60 dias de ter cinco anos de serviço, foi fazer a prova a essa escola, considerando a mesma "ridícula" e uma forma de "descredibilizar os docentes". "Já se fecharam tantas portas que não posso ficar de fora do concurso", contou à agência Lusa a professora, que está com "um horário vergonhoso de sete horas".

Um grupo de professores invadiu as salas de aula na Escola Secundária de Domingos Sequeira, em Leiria, impedindo a realização normal da prova de avaliação. O director da escola chamou entretanto a polícia, que está dentro da sala de aula a tentar acalmar os ânimos dos professores, tentando também
que a prova se realize.

Dezenas protestam em Faro e tentam impedir vigilância da prova
Numa das escolas de Faro, mais de duas dezenas de pessoas protestaram a realização da prova de avaliação aos docentes e tentaram demover os colegas de vigiar a prova.

"Esta prova é inútil porque só existe para as pessoas terem acesso a um concurso público. Isto não existe em lado nenhum", afirmou Susana Santos, professora com mais de 10 anos de serviço.

"Hoje somos nós! E amanhã?", "Não à prova, exigimos respeito" e "Não pactues" eram algumas das frases que se podiam ler nos cartazes dos professores que se concentraram na Escola Pinheiro e Rosa.

Segundo Alexandre André, professor de Física e Química, esta prova "não tem qualquer validade científica ou pedagógica e é uma tentativa clara para dividir a classe".

Tribunal aceitou providência cautelar
O Tribunal Administrativo do Funchal confirma à Renascença que aceitou a providência cautelar contra o exame dos professores contratados. As notificações foram enviadas em carta registada e com aviso de recepção na segunda-feira.

As cartas foram endereçadas a todas as partes: sindicato, Instituto de Avaliação Educativa e Ministério da Educação. As partes têm 10 dias para se pronunciar.

A prova dos professores manteve-se com muitos protestos à porta das escolas.