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Dezenas de sindicalistas da CGTP ocuparam quatro ministérios

26 nov, 2013 • Matilde Torres Pereira, Catarina Santos, Fátima Casanova e Ana Carrilho

Protesto visou forçar a realização de reuniões com os ministros da Saúde, da Economia, do Ambiente e das Finanças.

Dezenas de sindicalistas da CGTP ocuparam quatro ministérios
Manifestantes ocuparam os átrios dos ministérios da Economia, Saúde, Ambiente e Finanças, em Lisboa. O objectivo era forçar a realização de reuniões com os responsáveis por cada uma das áreas, para discutir os cortes previstos no Orçamento do Estado para 2014. Da Economia saiu a marcação de uma reunião para 5 de Dezembro, no Ambiente foi agendada reunião para 9 de Dezembro, na Saúde foram recebidos pela secretária-geral do Ministério e nas Finanças pelo secretário de Estado Hélder Rosalino.
Dezenas de sindicalistas da CGTP ocuparam os átrios dos ministérios da Economia, da Saúde, do Ambiente e das Finanças, em Lisboa. Cerca de 40 pessoas deslocaram-se para cada um dos locais.

O protesto ocorreu em simultâneo entre as 15h00 e as 15h30, segundo informações apuradas pela Renascença junto da PSP. Não há registo de incidentes.

O protesto visou forçar a realização de reuniões com os ministros responsáveis por cada uma das áreas, de forma a discutir os cortes previstos no Orçamento do Estado (OE) para 2014, disse à agência Lusa a dirigente Célia Silva, da União dos Sindicatos de Lisboa. Os sindicalistas contestam os cortes dos salários e das pensões e reivindicam o aumento do salário mínimo nacional.

No Ministério da Saúde, uma delegação de sindicalistas foi recebida por volta das 17h13 pela secretária-geral do Ministério, Sandra Cavaco. A reunião durou poucos minutos. Segundo fontes sindicais, Sandra Cavaco garantiu que uma resolução intitulada "Declaração dos trabalhadores e utentes" vai ser entegue ao ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Nesta resolução, os sindicalistas rejeitam o Orçamento do Estado para 2014. Estão igualmente contra os novos cortes para a saúde, os quais, segundo esta resolução, ascendem a mais de 250 milhões de euros. Os sindicalistas das várias áreas da saúde pedem ainda a extinção das taxas moderadoras e recusam mais encerramentos de serviços públicos de saúde. Depois do encontro, os manifestantes começaram a desmobilizar por volta das 17h30.

Os cerca de 50 manifestantes que se concentraram no Ministério das Finanças afirmaram, por seu lado, que se tratou de um protesto espontâneo decidido na manhã desta terça-feira. Alguns representantes sindicais foram recebidos pelo secretário de Estado Hélder Rosalino e já desmobilizaram. 

Durante a ocupação do átrio do Ministério das Finanças ouviram-se palavras de ordem como "está na hora de o Governo ir embora" e "só mais um empurrão e o Governo vai ao chão". Com o ambiente já bastante mais calmo, os manifestantes afirmaram que a luta "continuará de outras formas". A PSP esteve presente no local com alguns agentes. 

Os sindicalistas que ocuparam o Ministério da Economia estiveram mais de quatro horas à espera de uma resposta de Pires de Lima. Ainda ameaçaram dormir no Ministério até que fossem recebidos, o que acabou por não suceder. Ainda assim, conseguiram marcar uma reunião para 5 de Dezembro.

PSD e CDS aprovaram sozinhos o novo OE, aceitando apenas seis das 400 propostas de alteração apresentadas pelos restantes partidos. O Orçamento do próximo ano prevê mais cortes para funcionários públicos e pensionistas. 

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, anunciou esta terça-feira de manhã, em frente ao Parlamento, que a CGTP vai promover uma "semana de luta" a nível nacional entre os dias 16 e 20 de Dezembro. Também foi agendada para Lisboa, no dia 19, uma vigília em frente à Presidência da República, a partir das 18h30.

[notícia actualizada às 20h24]