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Sindicatos acusam Governo de cometer “injustiça” com os professores

19 set, 2013

Conselho de ministros aprovou a prova de avaliação de conhecimentos e capacidades de acesso à carreira docente. Os sindicatos vão agora recorrer ao Presidente da República e aos tribunais para tentar travar a medida.

A Federação Nacional de Educação (FNE) acusa o Governo de estar a cometer uma “injustiça” com os professores contratados devido ao diploma que regulamenta o acesso à carreira docente, aprovado esta quinta-feira em conselho de ministros.

A dirigente Lucinda Dâmaso defende que se há dúvidas relativamente à formação dos docentes, então a tutela tem de actuar junto das instituições de ensino superior.  A “FNE discorda em absoluto desta prova”, porque entende que, “se o Ministério da Educação tem dúvidas quanto à formação inicial, deve actuar junto das instituições de ensino superior dizendo como é que quer que sejam formadas as pessoas que vai contratar”.

A dirigente sindical considera que o diploma agora aprovado está a cometer uma “injustiça” em relação aos professores contratados”. “Muitos deles com muitos anos de serviço, com provas dadas, alguns com avaliação de excelente, alguns foram bons profissionais dentro das escolas, as escolas quiseram-lhes renovar o contrato e agora, através de uma prova de duas horas, é que se vai dizer se ele é bom ou mau professor.”

Já a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), pela voz do dirigente Luís Lobo, acusa o Governo de não ter “em conta a opinião dos parceiros sociais”, já que “todas as organizações sindicais de professores se pronunciaram contra esta prova de avaliação”.

Os sindicatos vão agora recorrer ao Presidente da República e aos tribunais para tentar travar a realização da prova de acesso à carreira docente, exame que já estava previsto desde 2007. Mas em comunicado, o Governo considera que com esta medida a qualidade do ensino vai aumentar.

A prova de acesso é obrigatória para os recém-licenciados e para os docentes que não são de carreira. O exame é constituído por uma componente comum a todos os candidatos, que será escrita. Mas, depois, pode também integrar uma componente específica relativa ao nível de ensino, área disciplinar ou grupo de recrutamento - esta segunda parte pode ser escrita, oral ou prática.