Trabalhadores de empresa de audiovisual protestam contra salários em atraso

Cerca de meia centena de trabalhadores concentraram-se, esta segunda-feira, à porta da empresa de audiovisual Dialectus, em Linda-a-Velha, em protesto contra os salários em atraso.

Actores e outros profissionais do sector participaram nesta acção, mas não conseguiram ser recebidos pelos responsáveis da empresa.

O actor Eurico Lopes explicou à Renascença que o problema dos salários em atraso dura “há cerca de um ano”.

“Nós sabemos que os trabalhos efectuados foram pagos pelas entidades. Nos estávamos à espera de que também nos pagassem e, até agora, nada e evitam o diálogo, o que é mais problemático. Eu sinto-me enganado”, afirma Eurico Lopes.

Contactada pela agência Lusa, Isabel Monteiro, directora da Dialectus, afirmou que é "totalmente falso" que a empresa esteja a tentar fugir ao pagamento dos salários em atraso.

"Há uma grande má fé em tudo isto. Estamos sempre disponíveis para falar numa óptica construtiva, mas recusamo-nos a falar sob ameaças e coacção", disse a responsável relativamente à realização da concentração que diz ter tido conhecimento apenas esta segunda-feira, porque o sindicato "nunca respondeu às tentativas de contacto".

Isabel Monteiro explicou que a Dialectus começou a ficar "numa situação fragilizada" depois da entrada e saída da estação de televisão SIC na empresa, correndo actualmente vários processos judiciais que remontam a 2008, "para receber o que foi estabelecido contratualmente".

A directora da empresa diz ainda que a situação da Dialectus se agravou "com o desvio de verbas para empresas concorrentes" e "manobras de manipulação do mercado".

A Dialectus teve a cargo traduções e dobragens de séries conhecidas do grande público como "60 minutos", "Masterchef", "Kitchen Nightmares", "No Reservations", "Doctor Phil" e "Naruto", entre outros.