27 ago, 2013 • Sandra Afonso
Um teste da Associação Portuguesa de Defesa do Consumido (Deco) às 25 marcas de azeite virgem extra mais vendidas no mercado encontrou cinco em situação ilegal.
A coordenadora do estudo, Dulce Ricardo, revelou à Renascença que “uma marca apresentava-se como fraude, devido à presença de óleos vegetais refinados”.
“Nós demos conhecimento à ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica]. Trata-se da ‘Alfandagh - azeite biológico’ e pedimos à ASAE para que fosse retirada do mercado”, disse a técnica da Deco.
Em relação a outras quatro marcas - “Auchan” (DOP Moura), “É” (Continente), “Grão Mestre” e “Naturfoods” -, o azeite estava mal rotulado. Nos rótulos, apresentam-se como ‘azeite virgem extra’, quando deveriam “ser classificadas como ‘azeite virgem’, apenas”.
A Deco adianta que os casos de fraude e de desrespeito da denominação de venda do rótulo foram denunciados à ASAE para agir em conformidade, tendo o organismo esclarecido já que nenhum dos casos “é susceptível de pôr em risco a segurança e a saúde dos consumidores”.
As marcas “Dia Clássico” (Minipreço) e “Gallo Clássico”, das mais baratas, foram as únicas consideradas de excelente qualidade.
Na sequência deste estudo, publicado na edição de Setembro da Revista Proteste, a Deco pede o reforço da fiscalização do processo de produção e comercialização do produto, desde o lagar até ao ponto de venda.
Mitos sobre o azeite
O estudo da Deco acaba também com alguns dos mitos associados ao azeite. Por exemplo, a acidez não tem cor nem sabor, pelo que o grau de acidez é indiferente para a definição do paladar. Já a cor indica alterações de sabor, mas nada tem a ver com a qualidade. O facto de o azeite ser mais escuro ou mais claro resulta da azeitona usada no seu febrico: quando é amarelado, provém de azeitonas maduras e é mais doce e, quando é mais esverdeado, significa que é feito com azeitonas verdes e é mais amargo e picante.
Na hora de escolher o azeite, há que ter em conta o destino. O azeite virgem extra é recomendado para temperar saladas, pratos de sabores suaves e sobremesas. No canto oposto, está o azeite que resulta da mistura de refinado com virgem, adequado para fritar, porque resiste a elevadas temperaturas.
Para evitar o contacto com a luz, o azeite pode ser guardado em garrafas de vidro escuro, recipientes de aço inoxidável ou mesmo garrafas de plástico. Deve estar em local seco e escuro e afastado de cheiros intensos, como especiarias, que podem alterar o seu sabor. Sujeito a temperaturas baixas, ficará coalhado e se estiver mal filtrado ganha depósito.
Quem quer emagrecer deverá ter em conta que cada colher de sopa de azeite contém 90 quilocalorias.