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Autarca de Portimão em prisão preventiva

21 jun, 2013

Vice-presidente da Câmara  e mais quatro arguidos são suspeitos de corrupção, administração danosa, branqueamento, participação económica em negócio e associação criminosa.

O vice-presidente da Câmara de Portimão, Luís Carito, ficou em prisão preventiva, até ao momento em que estejam reunidas as condições legais e técnicas para que passe a prisão domiciliária com pulseira electrónica, informaram os advogados.

O autarca e mais quatro arguidos, ouvidos em primeiro interrogatório judicial pelo juiz Carlos Alexandre no Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus da Justiça, em Lisboa, são suspeitos de corrupção, administração danosa, branqueamento, participação económica em negócio e associação criminosa.

O advogado Paulo Batista acrescentou que Luís Carito, além de ficar sujeito à medida de coacção de vigilância electrónica, ficou ainda suspenso de exercer cargos públicos e proibido de contactar com os outros arguidos e de se ausentar do país.

O vereador do município algarvio Jorge Campos, o actual administrador da empresa municipal Portimão Urbis, Lélio Branca, e dois administradores da Pictures Portugal, Artur Curado e Luís Marreiros, saíram em liberdade, mas tiveram de pagar uma caução de 20 mil euros cada um, além da proibição de se contactarem entre si e de se ausentarem do país.

O vereador e o administrador da Portimão Urbis estão também suspensos de exercerem cargos públicos.

Os factos em investigação estão relacionados com a actividade e gestão da Portimão Urbis. Luís Carito e Jorge Campos faziam parte, à data dos alegados factos (2011), do seu conselho de administração.

Para o Ministério Público (MP), os cinco arguidos tinham como objectivo comum "sacar dinheiro" à empresa municipal através da celebração de contratos fantasmas com outras empresas privadas, entre as quais a Pictures Portugal.

À saída do Campus da Justiça, alguns dos advogados consideraram as medidas de coacção "desadequadas", tendo em conta os factos investigados, e afirmaram que vão recorrer da decisão hoje proferida pelo juiz Carlos Alexandre, um dia e meio após o início do primeiro interrogatório judicial.

Sancho Carvalho Nunes, outro advogado do vice-presidente, Luís Carito, reconheceu que o facto de o seu cliente ter "ingerido um papel" que retirou das mãos dos inspectores da Polícia Judiciária (PJ) durante as buscas domiciliárias, "pode ter sido determinante para a aplicação da medida de coacção" ao autarca.

O advogado acrescentou que a atitude do seu cliente é de alguém "que não está no seu estado de lucidez e racionalidade", justificando que o Luís Carito foi surpreendido pelos inspectores da PJ em sua casa cerca das 7h30 de quarta-feira. O autarca foi encaminhado para o estabelecimento prisional junto à PJ, na Rua Gomes Freire, em Lisboa.

O vice-presidente, Luís Carito - que é também presidente da concelhia socialista de Portimão -, o vereador Jorge Campos e os outros três elementos foram detidos por suspeitas de corrupção, administração danosa, branqueamento e participação económica em negócio.