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Greves e férias de professores dificultam fecho do ano lectivo

11 jun, 2013 • Ana Rodrigues

É o segundo dia de protesto dos professores e a confusão nas escolas está criada. As reuniões de avaliação têm de ser adiadas e o é difícil fechar o ano lectivo.

Entre greves e férias dos professores, os directores estão a ficar sem ideias para conseguir cumprir a lei e não prejudicar os alunos. Na secundária do Camões, em Lisboa, todas as reuniões marcadas para esta terça-feira de manhã não se realizaram.

“As reuniões marcadas agora vão ser realizadas na sexta-feira, mas temos informações de que os professores vão continuar com a greve, portanto nesse dia outro professor fará greve e isso vai impedir-nos de concluir o processo de avaliação dos alunos”, explica à Renascença o director da escola, João Jaime.

“Entrando nos exames, com as manhãs e tarde sobrecarregadas, vamos ter muita dificuldade em encaixar as reuniões entre exames”, adianta, sublinhando que “está tudo centrado no exame e na requisição civil no dia 17, mas não havendo estas reuniões vai criando angústia nos encarregados de educação e nos alunos”.

João Jaime apela, por isso, a sindicatos e tutela que se entendam, “para que as escolas não entrem num caos, com as matrículas para o próximo ano, com a transição dos 10º para 11º e do 11º para os 12º anos”.

O director do Liceu Camões revela ainda que as escolas precisam, com urgência, de indicações da tutela, porque estão a ficar desorientadas.

Confrontado, à porta do liceu, o líder da Fenprof, Mário Nogueira, reconhece que não é fácil para as escolas, mas a desorientação está no Ministério de Nuno Crato.

“Penso que quem está desorientado é o Ministério da Educação, porque desde a primeira hora sabia que o que devia acontecer para poder haver uma resolução para este conflito era ter encontrado soluções para os problemas e não foi assim. Sobre a mobilidade, o Ministério da Educação limitou-se a alterar uma palavra numa página e uma linha na outra página. Foi, portanto, completamente inflexível”, sustenta.

Com dificuldades no diálogo com o Governo, a Fenprof vira-se para o Presidente da República, apelando à sua intervenção, numa carta que vai ser enviada hoje.