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Dezenas de portugueses no Luxemburgo podem ficar sem casa

23 mai, 2013 • Pedro Marques Silva

"Fomos apanhados de surpresa e não sabemos o que fazer, porque não temos dinheiro disponível", afirma António Costa, um dos 90 portugueses que corre o risco de ser despejado.

Há cerca de 90 portugueses a viver Luxemburgo que correm o risco de serem despejados pelo Governo daquele país. Este grupo de emigrantes mora no maior bairro social para estrangeiros economicamente carenciados, o Foyer de Muehlenbach.

Em causa está a natureza provisória das habitações onde os emigrantes apenas deviam permanecer durante três anos. Muitos deles não conheciam tal prazo.

Entre os 18 emigrantes lusos já notificados encontra-se António da Costa, de 52 anos. Trabalha no sector da construção civil, mora na zona há mais de duas décadas e garante que tem as rendas em dia.

"Estou neste prédio, neste bairro, desde 3 de Junho 1987 e nunca tive notificação de nada que eram os três anos conforme eles agora dizem. O senhorio da casa nunca nos advertiu de nada e agora recebemos esta carta. Não sei o que eles me vão dizer, mas normalmente, por aquilo que os meus colegas já me transmitiram, é para nós sairmos daqui", conta António Costa, ouvido pela Renascença.

António Costa mostra-se por isso apreensivo quanto ao futuro e promete "lutar até ao fim", porque “não tem outra hipótese”.

"Fomos apanhados de surpresa e não sabemos o que fazer, porque não temos dinheiro disponível. Mesmo para alugar um estúdio a meias, eles exigem três meses - um mês de renda e mais dois de caução. Quem é que tem dois, três ou cinco mil euros para mobilar um pequeno estúdio? Quem é que tem cinco mil euros neste momento?", questiona este emigrante português.

A Renascença tentou contactar o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e o Gabinete Luxemburguês de Acolhimento e Integração, mas sem sucesso.