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Há bombeiros voluntários a deixar os quartéis para emigrarem

29 abr, 2013 • Olímpia Mairos

No distrito de Vila Real, 143 soldados da paz deixaram o país no último ano à procura de melhores condições de vida. Combate aos fogos florestais pode estar em risco.

A crise económica e a falta de oportunidades de trabalho em Portugal está a levar muitos bombeiros voluntários a deixar os quartéis e procurar novas oportunidades de vida no estrangeiro.

Só no distrito de Vila Real, das 27 corporações existentes saíram 143 voluntários no último ano.

O problema preocupa o presidente da Federação Distrital de Bombeiros do distrito, até porque há corporações em que a baixa é de 15 elementos.

“Era este pessoal que estava mais mais liberto para o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais [DECIF 2013] e estamos a antever que nos vá complicar o combate aos incêndios florestais”, refere à Renascença Fernando Queiroga.

“A saída de um número cada vez maior de portugueses para o estrangeiro” e, neste caso, de bombeiros “tende a agravar-se nos próximos tempos”, salienta, exemplificando com a situação que se vive na corporação de Boticas, onde é presidente de direcção.

“Há elementos que já vieram falar comigo e estão na iminência de sair”. É natural, diz, “têm os encargos no final do mês, os empréstimos para pagar, os filhos na universidade e não têm emprego, têm de tratar da vida”.

As associações humanitárias do distrito estão a dialogar entre si, no sentido de minimizar o problema, e algumas estão já a fazer angariação de novos elementos. “Mas estes novos elementos não estão em condições de tomar as rédeas deste serviço", acrescenta Fernando Queiroga, admitindo que a solução mais imediata pode passar por “fazer vários turnos com os mesmos elementos”.

“Uma coisa é certa”, assegura o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Vila Real: “Vamos assegurar as funções que nos concederam”.