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Triplicaram os trabalhadores com salários em atraso

15 abr, 2013

Há pelo menos 23 mil pessoas afectadas, mas os números podem ser maiores se forem incluídos os processos pendentes na Segurança Social.

O número de trabalhadores com salários em atraso triplicou no ano passado. A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) detectou quase 23 mil pessoas com ordenados por pagar, enquanto o número de empresas faltosas cresceu 30 vezes.
 
De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo site "Dinheiro Vivo", os sectores da construção civil, comércio e turismo são os mais afectados, mas os números podem ser ainda piores. No final do ano passado, a Segurança Social tinha mais de 31 mil processos pendentes ao Fundo de Garantia Salarial, que assegura o pagamento de salários em atraso, o que equivale a um total de 465 milhões de euros.

A Confederação da Construção e do Imobiliário não nega os números da ACT sobre incumprimentos salariais. Reis Campos, presidente da confederação, diz não ser novidade a indicação de que este sector é dos mais incumpridores.

"O próprio Governo reconhece as dificuldades atravessadas por este tecido empresarial da construção e do imobiliário. Neste momento, é o sector que é mais penalizado por esta crise que o Estado vive", diz Reis Campos.

"Por outro lado, é um sector que apresenta mais de 50% do desemprego nos últimos três meses e é o sector a quem o Estado deve mais dinheiro - 1,6 mil milhões de euros", indica ainda Reis Campos.

O presidente da Confederação da Construção e Imobiliário insiste na necessidade de as empresas terem acesso a financiamento.