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RTP não esclarece se vai pagar a Sócrates

21 mar, 2013 • Teresa Almeida

Ex-primeiro-ministro vai ser comentador na estação pública, facto que está a motivar forte polémica. Há petições a circular a favor e contra a contratação.

RTP não esclarece se vai pagar a Sócrates

O director de informação da RTP não esclarece as condições financeiras da contratação de José Sócrates como comentador da televisão pública. Paulo Ferreira apenas confirma a contratação do ex-primeiro-ministro como comentador a partir de Abril. 
 
Questionado pela Renascença se José Sócrates vai ser pago pela sua colaboração, o director de informação da estação pública é evasivo: "Eu não posso confirmar nem desmentir isso. Não posso comentar esse tipo de detalhes". Quanto ao dinheiro que esta contratação pode vir a acarretar para a televisão pública, Paulo Ferreira também não dá detalhes. "Não vou divulgar. Acho que é um mau princípio", diz.

"O que vou dizer é que, obviamente, a direcção de informação sabe quais são os seus limites em termos orçamentais, gere o seu orçamento dentro daquilo que são as regras e o momento actual de dificuldade da RTP", garante.

Paulo Ferreira afirma que a contratação de Sócrates é da exclusiva responsabilidade da direcção de informação, que "toma todas as decisões editoriais". "A decisão foi nossa, o trabalho foi nosso. Quando chega um momento de decisão final, quanto muito comunica-se superiormente que isso vai acontecer, até porque depois há exigências contratuais que podem ou não vincular a empresa e têm de ser avaliadas", refere.
 
Paulo Ferreira reconhece que a contratação de Sócrates foi tomada também para captar audiências. "Quando nós pensámos em renovar leques e painéis de comentadores, queríamos obviamente chamar pessoas que tenham audiência e que sejam ouvidas e que as pessoas tenham, por várias razões, interesse em ouvir. Nuno Morais Sarmento e José Sócrates enquadram-se claramente nesse tipo de perfil", sustenta.

"Qualquer direcção editorial de qualquer órgão de informação, neste momento, gostaria de ter uma personalidade com o perfil e com o currículo de José Sócrates no seu leque de colaboradores e de comentadores políticos. José Sócrates apareceu como um nome óbvio na área socialista, pelo seu currículo, por ter governado durante seis anos num período muito marcante da economia e da vida portuguesa", argumenta Paulo Ferreira.

O anunciado regresso de Sócrates está a motivar forte polémica. Mais de 40 mil pessoas já assinaram uma petição na internet contra a contratação do ex-primeiro ministro. Também já está a circular uma petição a favor de José Sócrates.