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Presidente da Autoeuropa critica más apostas na indústria nos últimos anos

25 jan, 2013 • Vera Pinto

Empresário diz que o ensino em Portugal não se adaptou aos tempos - o superior está virado para dentro e o ensino médio é catastrófico.

Não vale a pena olhar para fora: Portugal chegou até aqui por culpa própria, afirma o presidente da Autoeuropa. No I Fórum Portugal Alemanha, que terminou esta sexta-feira na Gulbenkian, Melo Pires lamentou que ninguém tenha sabido ler os sinais e que, pelo contrário, se tenha feito as apostas erradas nos últimos anos.

“Ninguém em Portugal foi capaz de ler os sinais que estavam a acontecer no mundo. Alegremente utilizámos os fundos europeus para tudo menos actividades produtivas, aceitámos dinheiro para desactivar o sector primário e secundário em favor do mercado não transaccionável, o sector dos serviços”, critica Melo Pires.

O empresário vai mais longe e diz que o ensino em Portugal não se adaptou aos tempos - o superior está virado para dentro e o ensino médio é catastrófico.

“A situação tornou-se catastrófica. Com o desmantelamento que foi feito nos últimos anos no ensino técnico das escolas industriais e comerciais, hoje não temos nenhum sistema que nos permita formar quadros médios para a indústria e para o sector primário”, aponta.

O presidente da Autoeuropa, o maior investimento directo estrangeiro em Portugal, defendeu ainda a criação de um plano para a industrialização que vá para além dos Governos.