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Duodécimos não evitam redução de salário em muitos casos

15 jan, 2013 • Sandra Afonso

Segundo contas feitas pela consultora PwC para a Renascença, quanto maior o salário, maior o corte mensal.  

Nem os duodécimos vão impedir a redução do salário. Mesmo com o pagamento antecipado de subsídios, o ordenado mensal vai encolher este ano para muitos trabalhadores, tanto no público como no privado.

Nos casos em que o salário sobe, é um aumento artificial, uma vez que tem em conta o pagamento em duodécimos. Na prática, parte destes subsídios antecipados vão tapar o buraco deixado pelo aumento dos impostos, no vencimento mensal, de acordo com as contas da consultora PWC para a Renascença.

É o caso do João, que trabalha numa empresa privada e tem um filho menor. Este ano não só não tem aumentos como vai receber menos. Os três mil euros brutos que a empresa pagou em 2012, garantiram até Dezembro um salário líquido de 1.920 euros.

Agora, com a nova taxa de retenção de IRS e a sobretaxa, vai receber apenas cerca de 1.700 euros. Ainda pode optar pelo pagamento em duodécimos de metade dos subsídios de férias e natal, mas, ainda assim, vai receber menos quatro euros por mês e quando chegarem as férias e o Natal, só terá metade dos subsídios.

Ainda segundo a consultora PwC, quanto maior o salário, maior o corte mensal.

No caso dos contribuintes solteiros e casados, numa família com dois titulares com rendimento brutos superiores a 2.700 euros, a opção pelos duodécimos não absorve o aumento de impostos mensais e vão ganhar menos que em 2012.

No caso de contribuintes casados, mas em que apenas um dos cônjuges aufere rendimento, ou seja, um titular, o rendimento líquido mensal diminui, face ao rendimento de 2012, a partir do valor bruto mensal de 13.900 euros.

Já quem ganha menos, pode evitar uma redução mensal se aceitar os duodécimos. É assim que a colega do João, a Maria, vai garantir mais dinheiro para as despesas. O ano passado recebeu 1.600 euros líquidos, este ano, com o mesmo ordenado bruto, mas com a antecipação de parte dos subsídios, vai receber mais 37 euros por mês.

Na função pública os duodécimos não são uma opção e na maioria dos casos não evitam uma redução salarial. O Pedro e a Inês, casados e colegas de trabalho, com dois filhos, vão receber este ano menos 20 euros por mês, apesar de manterem o ordenado bruto de quatro mil euros.

A Renascença tem ao seu dispor um simulador que lhe permite ver de que forma as novas regras afectam o seu salário mensal.

[notícia actualizada às 22h33]