Emissão Renascença | Ouvir Online

CGTP considera uma "fraude" pagamento dos subsídios em duodécimos

28 dez, 2012

Arménio Carlos diz que "se porventura a hipocrisia e o cinismo pagassem imposto em Portugal, nós já teríamos resolvido o problema do défice e da dívida".

CGTP considera uma "fraude" pagamento dos subsídios em duodécimos
A CGTP classifica de "fraude" a proposta do Governo de pagar metade dos subsídios em duodécimos no sector privado em 2013.

"Estamos perante uma fraude monumental. É uma medida que visa reduzir os rendimentos dos trabalhadores e das suas famílias. Esta é uma medida que não faz nenhum sentido e, pelo contrário, entendemos que o grande problema está no aumento dos impostos", afirmou Arménio Carlos aos jornalistas depois de ter sido ouvido na comissão de Segurança Social e Trabalho, no Parlamento.

Arménio Carlos lembra que o Governo apresentou recentemente uma proposta que visava o aumento da taxa social única (TSU) em sete pontos percentuais para os trabalhadores, tendo posteriormente recuado. Mas, argumenta Arménio Carlos, "aquilo que agora o Governo apresenta é a mesma coisa para atingir o mesmo objectivo".

"Estão a criar uma sobretaxa de 3,5%, acrescida depois da redução do número de escalões de IRS de oito para cinco", afirma, acrescentando que "isto vai dar a tal redução de rendimentos de 7% ou mais". "Se porventura a hipocrisia e o cinismo pagassem imposto em Portugal, nós já teríamos resolvido o problema do défice e da dívida."

A grande dúvida, para a CGTP, é a questão do impacto nos escalões do IRS: "Ainda não tivemos nenhuma informação específica sobre se esta diluição dos subsídios em duodécimos vão ou não ter influência nos escalões do IRS a suportar pelos trabalhadores".

Por sua vez, João Proença, da UGT, defende, de forma temporária, o pagamento dos subsídios em duodécimos. "A central defendeu e defende o pagamento em duodécimos de apenas um  dos subsídios ou metade do subsídio de férias e metade do subsídio de Natal, para equilibrar o impacto em termos de comércio e turismo", afirma João Proença. 

"Sempre o defendemos, mas como medida de carácter excepcional e transitória, tendo a ver com este aumento brutal da carga fiscal para o Orçamento de 2013 e a situação de austeridade que vivemos e que conduz a grandes dificuldades para muitas famílias”, disse ainda João Proença, no Parlamento.