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É oficial. Défice fica nos 6,1%. Desvio orçamental é de 2.600 milhões

03 out, 2012

Cortes “ao nível da Segurança Social” e poupanças no QREN são parte das soluções avançadas pelo Governo para pôr ordem nas contas.

É oficial. Défice fica nos 6,1%. Desvio orçamental é de 2.600 milhões

O défice real deste ano vai ficar nos 6,1% do produto interno bruto (PIB), acima dos 5% acordados pela “troika” e muito superior aos 4,5% antes avançados. Um desvio que, pelas contas feitas pela Renascença, ronda os 2.600 milhões de euros.

Mas o Governo diz já ter soluções: o desvio vai ser compensado, “em parte, pela poupança que esperamos obter no QREN e devido a uma operação relativamente à concessão da ANA e um conjunto de outras medidas, que ascendem a 0,2 pontos percentuais”, afirmou o secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, esta quarta-feira de manhã, no Parlamento.

Ou seja, a reprogramação do QREN vai contar com 500 milhões de euros, a concessão da ANA de quase mil milhões e outras medidas com 330 milhões.


Cortes anunciados na Segurança Social e outras despesas
O cumprimento da meta revista para o défice orçamental este ano vai implicar mais cortes na despesa "ao nível da Segurança Social e de algumas despesas da administração central", anunciou Luís Morais Sarmento.

Na audiência desta manhã, o secretário de Estado afirmou que os 0,2% de “outras medidas” vão resultar, em parte, do aumento dos impostos sobre imóveis e veículos "de luxo".

“O detalhe não sou capaz de lhe dar neste momento”, respondeu aos deputados da oposição. “Inclui montantes de cortes na despesa. Alguns serão ao nível da Segurança Social, alguns serão despesas da administração central", afirmou.

Perante a insistência dos deputados bloquista Pedro Filipe Soares e comunista Honório Novo, Morais Sarmento adiantou que os cortes na despesa vão consistir em "suspender ou adiar alguns projectos", mas que os detalhes ainda não estão disponíveis.