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Contratos das parcerias público-privadas são um "descalabro completo"

29 mai, 2012

Avelino Jesus, que se demitiu do grupo de trabalho que deveria avaliar o impacto das parcerias nas contas públicas, ouvido no Parlamento, disse aos deputados que os contrartos não têm limite de gastos.

Avelino Jesus disse, esta manhã, no Parlamento, que os contratos das Parcerias Público-Privadas (PPP) são um “descalabro completo”, por não terem limites aos gastos.

O professor do Instituto Superior Tecnico - que se demitiu do grupo de trabalho que deveria analisar as parcerias e avaliar o seu impacto nas contas públicas - está a ser ouvido pela comissão de inquérito às PPP no sector ferro-rodoviário. 

“A forma como os contratos estão elaborados permite um descalabro completo nos valores que podem vir a ser apresentados no futuro. Os contratos são muito abertos, são o resultado da negociação entre o poder político e as empresas que estão no terreno e, quando digo que podem vir a ser acrescentados 20% a 30%, quero dizer que não temos maneira de fazer um cálculo rigoroso, porque, sendo contratos abertos, permitem um empolamento quase indefinido”, explicou.

Avelino Jesus justificou, ainda, a demissão do grupo de trabalho pela manifesta falta de informação e acesso a documentos que, diz, eram “arrancados à força”.