CGTP espera “uma grande adesão a esta greve”

24 nov, 2011

Carvalho da Silva diz que os primeiros indicadores apontam para um protesto elevado.

CGTP espera “uma grande adesão a esta greve”

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, acredita numa grande adesão à greve geral desta quinta-feira.

Esta noite, junto à torre de controlo do porto de Lisboa, em Algés, o líder da Intersindical disse que os primeiros indicadores apontam para um protesto elevado. “Os indicadores são muito bons e esperamos uma grande adesão a esta greve. É preciso um abalar de consciências, um abalar de dinâmicas de acção para que o país mude de rumo, está a ir por muito mau caminho”, disse.

Já João Proença, da UGT, diz que só por volta das 8h00/9h00 vai ser possível avançar com indicadores mais seguros sobre os níveis de adesão à paralisação. "Os sinais de descontentamento são muito fortes e a única limitação do direito à greve é a condicionamente patronal, nomeadamente a grande precariedade que existe em Portugal, e também o agravamento da pobreza com as pessoas a sentirem falta de um dia de trabalho".

A esta hora, a greve geral já se faz sentir no sector dos transportes, com a supressão de diversas ligações ferroviárias. O Metro de Lisboa chegou portas às 23h30 e só reabrirá às primeiras horas de sexta-feira.

Nos hospitais também já há serviços afectados. De acordo com Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros, são expectáveis níveis de adesão à greve próximo dos 80%.

A greve geral convocada por CGTP e UGT deverá afectar também esta quinta-feira o sector da educação, admitindo-se a possibilidade do encerramento de escolas.

A esta hora, há também já perturbações ao nível da recolha de lixo.

“Não é com greves que vamos resolver os nossos problemas”
Na opinião de Francisco Sarsfield Cabral, especialista da Renascença em assuntos económicos, o momento não é o mais adequado para se avançar com uma greve geral: “Parece como aquelas empresas que estão à beira da falência e resolvem fazer greve e aí vão mesmo à falência. É um direito constitucional, é uma forma democrática de exprimir o desagrado, mas não é com greves que vamos resolver os nossos problemas, é trabalhando melhor e possivelmente mais tempo”, disse.