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Governo quer 30% de mulheres nas lideranças das empresas cotadas

05 mar, 2015

Secretária de Estado da Igualdade ameaça as empresas cotadas em bolsa com uma lei de quotas, caso elas não resolvam a questão "pelas suas próprias mãos".

O Governo vai iniciar negociações com as empresas cotadas em bolsa para que estas se comprometam a incluir pelo menos 30% de mulheres nos respectivos conselhos de administração até ao final de 2018. Se o compromisso falhar, pode avançar uma lei de quotas, avisou esta quinta-feira a secretária de Estado da Igualdade, Teresa Morais.

A resolução, aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, é uma "questão de justiça para as maiores qualificações das mulheres", defendeu Teresa Morais.

"As mulheres são hoje a maioria da população licenciada, a maioria dos doutorados, e a representação que têm nos mecanismos de decisão económica ao mais alto nível não faz justiça às suas qualificações", disse no final do Conselho de Ministros. 

"Estamos neste momento a fazer uma tentativa de compromisso com as empresas, mas não é um compromisso qualquer, é um compromisso novo, que nunca foi assumido, de atingir o objectivo mínimo de 30% até 2018. Se as empresas não estiverem dispostas a assumir esse compromisso, teremos de tirar daí as conclusões necessárias", conclui.

Teresa Morais lembra que essas consequências podem passar por uma lei de quotas, mas esta também pode ser evitada. "As empresas têm nas suas próprias mãos a solução para este problema. Estão a tempo de o resolverem sem uma lei de quotas. Se não o fizerem voluntariamente, deixam aberto o caminho para a possibilidade de se criarem formas mais imperativas de atingir o mesmo objectivo", disse. 

Na reunião desta quinta-feira, o Governo aprovou também a proposta de lei do regime jurídico para a exploração de recursos geológicos.

A partir de agora, e também por decisão do Governo, o Núcleo Arqueológico entre a Rua dos Correeiros e a Rua Augusta, em Lisboa, passa a ser classificado como monumento nacional.