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Privatização. Mota-Engil compra empresa pública de resíduos urbanos

18 set, 2014

A Mota-Engil propôs pagar 149,9 milhões de euros por 100% das acções da EGF. Ficaram com 95% da empresa.

O consórcio SUMA, liderado pela Mota-Engil, venceu o concurso para a privatização de 95% do capital da EGF, a sub-holding do grupo Águas de Portugal, segundo o Conselho de Ministros.

O vencedor fica com 95% do capital social da EGF (Empresa Geral do Fomento), a empresa responsável pela recolha, transporte, tratamento e valorização de resíduos urbanos, através de 11 empresas de norte a sul do país que têm como accionistas a empresa estatal Águas de Portugal (51%) e os municípios (49%).

A alienação do capital estatal da EGF a privados, anunciada no início do ano, tem sido fortemente contestada pelos municípios, que já apresentaram várias providências cautelares para tentar travar a decisão.

O processo de privatização previa que os 174 municípios abrangidos pelo sistema pudessem vender as suas acções, mas apenas 12 aceitaram fazê-lo.

No final de Julho, o Governo anunciou ter recebido quatro propostas vinculativas dos candidatos à privatização: do grupo português DST, do grupo belga de resíduos industriais Indaver, da SUMA (constituída pela Mota-Engil e Urbaser) e da espanhola FCC.

Ministro satisfeito 
A Mota-Engil propôs pagar 149,9 milhões de euros por 100% das acções da EGF. 

O preço oferecido pelo consórcio liderado pela Mota-Engil, que venceu a corrida à privatização da EGF “é mais de 50% superior à média das avaliações da empresa”, afirmou esta quinta-feira o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva.

O ministro, que falava após o nome do vencedor ter sido anunciado pelo Conselho de Ministros, salientou ainda que este valor é duas vezes superior ao valor contabilístico da EGF.

Moreira da Silva destacou que o processo “decorreu com grande exigência e fortíssima competição”, lembrando que foram apresentadas sete candidaturas na fase não vinculativa, de seis países.

O secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, acrescentou que a proposta escolhida “foi a que tinha maior nível de mérito” e corresponde a uma “valorização implícita de 149,9 milhões de euros”, tendo recolhido recomendações unânimes dos assessores financeiros e jurídicos.