Pequenos accionistas do BES exigem mais explicações

04 ago, 2014

Associação dos Utilizadores de Produtos Financeiros não hesita em apontar o dedo acusador ao governador do Banco de Portugal e aos auditores independentes.

Os pequenos accionistas não estão tranquilos com a situação no BES e exigem mais explicações. Representam mais de 43% do capital social do banco e, em muitos casos, investiram as pequenas poupanças.

A Associação dos Utilizadores de Produtos Financeiros (SEFIN) considera que ainda muito que explicar. Por exemplo: o que é que vai ser considerado activo tóxico? O que fica no banco bom? E o que vai para o banco mau?

O presidente da SEFIN, Luís Marques, não hesita em apontar o dedo acusador ao governador do Banco de Portugal e aos auditores independentes.

Luís Marques parece não compreender é a quase surpresa em que o Banco de Portugal foi apanhado no caso BES, depois do que se passou com o BPN e o BPP. Os sinais de alerta mereciam maior atenção do regulador, acrescenta.

Perante estas situações, Luís Marques considera que é cada vez mais necessário que os pequenos investidores se organizem. E sublinha também a necessidade da União Europeia regular o funcionamento dos auditores independentes, cujas apreciações são determinantes nas decisões dos investidores.

Já para a Associação Portuguesa de Bancos (APB), a intervenção do Banco de Portugal no âmbito da resolução do problema do BES foi “positiva”.

Em comunicado, a associação liderada por Faria de Oliveira considera que esta foi a melhor solução para o problema do BES, dada a sua natureza sistémica.

A APB mostra-se ainda disponível para colaborar com as autoridades, nomeadamente com o Fundo de Resolução com vista ao sucesso das medidas adoptadas.