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Morreu o economista Jacinto Nunes

14 jul, 2014

Ex-ministro das Finanças faleceu aos 88 anos. Cavaco Silva realça "invulgar sentido ético de serviço público".

Morreu o economista Jacinto Nunes

O ex-ministro das Finanças e antigo dirigente do Banco de Portugal Manuel Jacinto Nunes morreu esta segunda-feira, em Lisboa, aos 88 anos, vítima de doença prolongada, disse à Lusa fonte próxima da família.

Jacinto Nunes estava hospitalizado há cerca de uma semana, adiantou a mesma fonte.

O economista liderou o Banco de Portugal logo a seguir ao 25 de Abril de 1974 e ocupou a pasta das Finanças e do Plano no final da década de 1970.

“Invulgar sentido ético de serviço público”
O Presidente da República, Cavaco Silva, lembrou o "invulgar sentido ético de serviço público" de Manuel Jacinto Nunes, antigo vice-primeiro-ministro, ministro das Finanças e governador do Banco de Portugal, falecido esta segunda-feira.

"Dotado de um invulgar sentido ético de serviço público, desempenhou altas funções no Estado, destacando-se sempre pela sua inteira dedicação a Portugal, designadamente enquanto vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças do IV Governo Constitucional, enquanto Governador do Banco de Portugal e como presidente da Caixa Geral de Depósitos", lê-se na mensagem de condolências, divulgada no "site" da Presidência.

"Nunca almejou cargos e honrarias, não ambicionou a fama ou protagonismo. Serviu Portugal com discrição e lucidez, com o olhar sereno de quem observa a realidade a partir de um ponto de vista mais elevado, porque mais sabedor e mais independente", afirmou Cavaco Silva.

O Chefe de Estado lembrou Jacinto Nunes como "académico de excepção, mestre de gerações" que se distinguiu "como um dos mais notáveis economistas portugueses do século XX, aliando a profundidade e o rigor do seu saber a uma admirável integridade de carácter".

"Possuidor de uma vasta cultura humanística, presidiu à Academia das Ciências de Lisboa e foi membro de diversas sociedades científicas, deixando em todos os que tiveram o privilégio de o conhecer a marca e a recordação do valor da civilidade e da afabilidade nas relações humanas. A sua memória deve constituir um exemplo para todos os Portugueses", declarou.