02 jun, 2014
"Não há alternativa" ao aumento de impostos, diz o presidente do Banco Comercial Português (BCP), Nuno Amado, que pede, contudo, ao Governo medidas que compensem o aumento da carga fiscal.
“O caminho certo não é o aumento de impostos. Mas há momentos em que não há alternativa. Espero que as medidas compensatórias que venham a ser tomadas nos mantenham neste caminho de normalização da economia portuguesa, do Estado português, dos bancos e das empresas”", afirmou Nuno Amado, esta segunda-feira, à margem do primeiro encontro dos Bancos, Seguradoras e Instituições Financeiras dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
O aumento de impostos foi aventado como hipótese pelo primeiro-ministro para fazer face ao chumbo do Tribunal Constitucional (TC) a três normas do Orçamento de Estado para 2014.
Para o presidente executivo do Banco BIC Português, Mira Amaral, aumentar a carga fiscal não é o melhor caminho.
"O aumento de impostos é altamente prejudicial ao país. O país já esgotou a via de aumento de impostos para resolver o problema das finanças públicas. A economia portuguesa não aguenta mais aumentos de impostos", disse o ex-ministro de Cavaco Silva.
Seria "desastroso" subir o IVA para os 25%, disse. “Já se viu o que deram os aumentos do IVA. Não é por aumentar mais impostos que vamos ter maior receita”, defendeu.
Na sexta-feira, o Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais os cortes salariais na função pública, nos subsídios de desemprego e doença e nas pensões de sobrevivência.