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Banca modernizou-se. Espalhou balcões, com menos funcionários e mais tecnologia

30 ago, 2013 • Ana Carrilho

A relação dos portugueses com o sistema bancário também mudou: os cheques quase desapareceram, as transferências e os débitos directos vulgarizaram-se, o dinheiro deu lugar cartões de crédito e de multibanco usados numa imensidão de terminais de pagamento.

Portugal assistiu a uma autêntica revolução no sector bancário que coincidiu com a integração europeia, tendo o primeiro grande impulso sido dado com a revisão constitucional de 1989 que acabou com as das nacionalizações. Actualmente, a banca portuguesa é das mais avançadas entre os 27.

Da nacionalização à reprivatização e ao aparecimento de novas instituições de crédito, algumas estrangeiras, foi um passo. A banca modernizou-se, espalhou balcões pelo país, mas com menos funcionários e cada vez mais tecnologia.

A relação dos portugueses com o sistema bancário também mudou: os cheques quase desapareceram, as transferências e os débitos directos vulgarizaram-se, o dinheiro deu lugar cartões de crédito e de multibanco usados numa imensidão de terminais de pagamento.

Em 25 anos de integração, o crédito ao sector privado triplicou para cerca de 150% do Produto e a quota das famílias superou a das empresas, sobretudo com o crédito á habitação. Crédito fácil, favorecido pela inflação e juros baixos.

Embora a poupança tenha desaparecido dos hábitos dos portugueses, os bancos concorriam para captar a que restava. E tiveram sucesso, já que as pessoas confiavam mais facilmente nos depósitos bancários do que no investimento bolsista.

Comparada com as suas congéneres europeias, a bolsa portuguesa é relativamente pouco relevante mas a modernização operada a partir dos anos 90 e o programa de privatizações fomentaram o chamado “capitalismo popular” e a subscrição de acções de grandes empresas, dando-lhe algum dinamismo.

Este é mais um dos indicadores tratados no estudo "25 anos de Portugal Europeu", coordenador por Augusto Mateus, e que vai ser uma das bases para o debate no 2º Encontro Presente no Futuro, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, nos dias 13 e 14 de Setembro, em Lisboa.