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“Troika” aceita adiar missão para envolver PS

12 jul, 2013 • Daniel Rosário

Fontes da União Europeia admitem alguma actualização do memorando de ajuda a Portugal mas não a sua renegociação.

A decisão de adiar a oitava missão da "troika", juntando-a à missão seguinte a seguir ao Verão, foi a forma de os parceiros europeus apoiarem as negociações impulsionadas pelo Presidente da República para voltar a implicar o PS na implementação do programa de ajustamento.

Na prática, o adiamento da missão da Troika representa uma suspensão de facto da implementação do programa de ajustamento, mas de acordo com fontes europeias ouvidas pela Renascença, este é considerado como um preço aceitável, caso o retorno seja a recuperação do apoio do PS.

De acordo com as mesmas fontes, as reformas (prevista no programa) são importantes, mas mais importante é a sua implementação eficaz, e um apoio político alargado “aumenta a possibilidade” de isso acontecer.

Esta tranquilidade europeia perante a situação portuguesa é igualmente alimentada pelo facto de as necessidades de financiamento do país estarem asseguradas até ao fim do ano, pelo que não há urgência em receber as tranches financeiras do resgate correspondentes a cada missão da "troika".

Mais complicados podem ser os moldes do envolvimento do PS num novo entendimento. Fontes europeias garantem que não há qualquer possibilidade de reabrir a negociação sobre o conteúdo do Memorando de Entendimento, mas ressalvam que o mesmo “pode ser actualizado”, tal como tem acontecido na sequência das missões da "troika".

A decisão de Cavaco de rejeitar a solução de governo apresentada pela coligação começou por ser recebida com surpresa e alguma apreensão em Bruxelas, mas o desenrolar dos acontecimentos, com os diferentes protagonistas a manifestarem disponibilidade para um entendimento acabou por acalmar os credores internacionais.