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“Com a subida de hoje, a Bolsa anula todas as perdas” da crise política

09 jul, 2013

Foi “extremamente negativa” a reacção dos mercados à notícia da demissão de Paulo Portas do Governo, mas o entendimento entre os líderes das duas forças partidárias no poder deu novas esperanças aos investidores.

A subir mais de 1%, a bolsa portuguesa antecipa-se à decisão do Presidente da República, Cavaco Silva, e recuperou de todas as perdas da ultima semana, no sismo governativo.

“Com a subida de hoje [terça-feira], a Bolsa anula todas as perdas que teve com o início da crise política em Portugal”, afirma à Renascença o administrador da corretora Dif-brokers, Pedro Lino.

“Isto deve-se a uma ideia de estabilidade política que vai ser implementada pelo Presidente da República e ao de facto de as bolsas europeias estarem a subir substancialmente, depois de o Banco Central Europeu ter dado apoio a uma política monetária expansionista”, acrescenta.

Com as bolsas de feição, o chefe de Estado termina esta manhã a ronda de consultas pelos partidos políticos e dá início à consulta dos parceiros sociais.

Paulo Portas apresentou a demissão “irrevogável” a 2 de Julho e os mercados reagiram violentamente. A Bolsa nacional abriu, no dia seguinte, a descer mais de 6% e os juros da dívida portuguesa dispararam para mais 8% no prazo a dez anos.

É uma “reacção extremamente negativa, de ‘crash’, apenas equiparada à queda de 1999, com a crise na América Latina”, afirmou Pedro Lino, acrescentando: “Os mercados estão com falta de visibilidade no futuro. Qualquer investidor vai esperar um sinal de estabilidade”.