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Um défice continuamente em revisão

27 mai, 2013 • Carlos Calaveiras

Meta do défice para 2014 é das que sofreu mais revisões: previsão inicial era de 2,3% e admite-se agora passar para 4,5%.

Um défice continuamente em revisão

O Governo português admite uma nova flexibilização do défice para o próximo ano. A decisão ainda não está tomada, mas, a concretizar-se, é a terceira vez que os valores são alterados pelo Executivo de Passos Coelho.

No programa original, o valor do défice era de 4,5% para 2012, 3% para 2013 e 2,3% para 2014. Em Setembro de 2012, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou a primeira revisão: a meta do défice passou a ser de 5% para 2012, 4,5% para 2013 e 2,5% para 2014.

Em Março de 2013, no final da sétima avaliação da troika, uma nova revisão: 5,5% em 2013, 4% em 2014 e 2,5% em 2015. Agora, está em cima da mesa uma nova alteração nas metas: passar o défice de 2014 de 4% para 4,5%.

"Não se pode excluir a necessidade de maior flexibilização no futuro, mas apenas se houver circunstâncias que o obrigarem", disse Vítor Gaspar esta segunda-feira, durante uma conferência de imprensa conjunta com o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, no Ministério das Finanças.

"É muito importante que agora estejamos a trabalhar construtivamente em todo o ajustamento estrutural que é necessário, não só em Portugal, mas em toda a Zona Euro. Se, com bases nesses esforços, mais tempo for necessário por causa da situação económica, então mais tempo poderá ser considerado nessa altura", disse Dijsselbloem.

Em Janeiro de 2012, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou que "Portugal não pedirá mais tempo nem mais dinheiro" para concretizar o programa de assistência económica e financeira acordado com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional.

"Disse-o com clareza no Parlamento e volto a reafirmá-lo: não pediremos mais tempo nem mais dinheiro para concretizar o programa", afirmou Passos Coelho mais tarde, numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy.