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Participação de casais facilita discussões no sínodo da família

07 out, 2014 • Aura Miguel, em Roma, com Filipe d'Avillez

"Conhecemos incontáveis adultos divorciados que se juntaram a outras comunidades por não se sentirem acolhidos na Igreja Católica", disseram os Heinzens aos bispos.

Participação de casais facilita discussões no sínodo da família
Primeiro fala um casal. Os bispos e cardeais escutam e só depois intervêm. A nova modalidade das sessões do sínodo sobre a família, que arrancou no domingo, em Roma, tem merecido grande participação e criado um especial à vontade para expor dificuldades e problemas.

O cardeal inglês Vincent Nichols, arcebispo de Westminster, considera, no entanto, que é preciso esperar para tirar conclusões: "Há imensas ideias a surgir e há imensas preocupações. E temos de ser pacientes e deixar que este processo amadureça."

"Penso que as palavras do Papa Francisco, no início, foram muito importantes, ao dizer-nos, muito directamente: 'Quero que falem com entusiasmo e que escutem com humildade'. Por isso, ele está a dizer-nos: 'Tenham paciência! Deixem que o retrato surja gradualmente!'", disse Nichols, em conferência de imprensa, esta terça-feira. 

Questionado sobre se tem havido boas sugestões no sínodo, o arcebispo inglês responde: "Recordo um dos padres sinodais ter dito que devemos abordar a realidade social do casamento através de um diálogo amigável".

A palavra aos Heinzens
Esta terça-feira os padres sinodais ouviram falar um casal americano.

Alice e Jeff Heinzen disseram aos bispos e restantes participantes que as organizações existentes para ajudar casais a viver plenamente as suas vocações não são suficientemente "robustas" para enfrentar as necessidades modernas.

"Conhecemos incontáveis adultos divorciados que se juntaram a outras comunidades por não se sentirem acolhidos na Igreja Católica. Os nossos corações choram por todos os pais solteiros que lutam para cuidar dos seus filhos. Tal como vocês, procuramos formas mais simples e eficientes para partilhar as bênçãos do plano de Deus para o casamento e a família", disseram os Heinzens, de acordo com a Catholic News Service, um órgão oficial da conferência episcopal americana.

Para o casal, não existe uma crise sobre os ensinamentos em relação à família e ao casamento, mas sim uma "crise de metodologia. Como é que, enquanto Igreja, podemos partilhar o que sabemos ser verdade de forma prática, simples e convincente, para que todos os homens e mulheres sejam desafiados e apoiados a viver casamentos para a vida e a construir lares que reflectem a igreja doméstica?"

Preocupação com Médio Oriente
Das primeiras sessões do sínodo saiu um voto de solidariedade e encorajamento para as famílias do Iraque e Síria.

A situação no Médio Oriente continua a preocupar o Papa, que convocou todos os cardeais presentes no sínodo para um consistório alargado dedicado ao assunto, no dia 20, um dia depois do fim do sínodo.

Os patriarcas das Igrejas do Médio Oriente também estão convocados.


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