Os cálculos de Juncker, os desabafos de Kurdi e as palavras de Orban que envergonham

04 set, 2015 • Ana Paula Santos

Juncker quer distribuir mais 120 mil refugiados, Portugal aceitará três mil.

O jornal "Público" faz manchete com o assunto que mobiliza as atenções da Europa e adianta-se ao que o presidente da Comissão Europeia pode anunciar na próxima quarta feira, no habitual discurso do estado da União, no Parlamento Europeu.
 
O "Diário de Notícias" dá relevo a uma fotografia de uma família que resiste a ir para um campo de refugiados, numa linha de comboios da Hungria. O jornal lisboeta dá ainda conta de que a Igreja Portuguesa oferece casas vazias para acolher refugiados e conta um pouco da história de Abdullah Kurdi, o pai que perdeu a família - mulher e dois filhos - no mar Egeu, quando tentavam chegar à costa turca para se juntarem, mais tarde, à família que há muito vive no Canadá.

O espanhol "El País" adianta que 500 refugiados resistem num comboio na Hungria - não querem ser registados - e dá conta das declarações do primeiro-ministro húngaro. "Nós, os europeus, seremos uma minoria no nosso próprio continente".

Estas declarações que provocaram reacções de indignação por parte de outros líderes europeus e o alemão "Die Welt" cita o ministro dos negócios estrangeiros do Luxemburgo: ficou envergonhado com as palavras do primeiro ministro húngaro.
 
O "The Guardian" dá destaque ao último apelo do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, que avança uma estimativa para as necessidades de acolhimento: 200 mil pessoas. António Guterres considera que todos os Estados-membros da União deveriam ser obrigados a participar no programa de reinstalação em massa dos milhares que fogem da guerra.
 
Com a crise dos refugiados a concentrar quase todas as atenções, o Banco Central Europeu reuniu ontem o Conselho de Governadores. O "Diário de Notícias" traz a primeira página o alerta de Mário Draghi: a economia da zona euro está a perder gás.