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Contagem decrescente para um referendo que pode nem acontecer

03 jul, 2015 • Anabela Góis

O referendo à proposta dos credores é no domingo, mas só hoje é que o Conselho de Estado se pronuncia sobre a legalidade da consulta. Entretanto, vão saindo números de sondagens que a imprensa refere.

A última sondagem dá uma escassa diferença entre o Sim e o Não: 47%-43%. É o que diz o “Diário de Notícias” que puxa para a primeira página a solução defendida pelo FMI e escreve “Europa deve perdoar 53 milhões à Grécia e terceiro resgate é imperativo”.

O “Público” diz que “Na batalha do “oxi” e do “nai” joga-se o futuro da Grécia” e adianta que “O FMI diz que o país precisa de mais 36 mil milhões”.

O mesmo tema no “Jornal de Notícias”. O “JN” garante, por outro lado, que o Primeiro-ministro grego Alexis Tsipras voltou a recuar: agora já não aceita os cortes na despesa da Defesa que tinha admitido nas negociações com os credores. As reportagens dos enviados especiais à Grécia estão por todos os jornais.

O “Negócios” anuncia um “Guia para perceber o referendo” e diz que “A votação pode mudar a história do euro”. Conta, ainda, que “As manifestações pró e contra o acordo em Atenas evidenciam o dramatismo associado ao referendo de domingo”.

O “Diário Económico” diz que a “Grécia (está) nas ruas à espera do futuro”. Até ao referendo “o dia-a-dia é feito de esperas, em longas filas, para levantar dinheiro.

No “i” é título a ideia defendida pelo presidente do Parlamento Europeu: “Martin Schulz pede governo de tecnocratas (na Grécia) para fechar acordo”. Outra citação no “i” do ministro grego das Finanças. Diz Varoufakis que se o Sim ganhar, na segunda-feira já não é ministro.

No “Sol” “…E ficam 18 sem a Grécia”: o semanário diz que “A frase de Cavaco Silva, a admitir uma eventual saída da Grécia da Zona Euro causou indignação entre os partidos à esquerda”. Belém, por seu lado, assegura que a intenção foi desdramatizar esse cenário e tranquilizar os portugueses quanto à moeda única.
 
Em Espanha o “El Pais” e o “El Mundo” dão conta de uma sondagem recente que dá uma ligeira vantagem ao Sim no referendo de Domingo. O “El Pais” adianta que “O FMI apoia a tese de que a dívida grega é insustentável”. No “El Mundo” a declaração do Comissário Europeu da Economia a defender o voto no sim. Pierre Moscovici diz que os cidadãos gregos estão enfrentar um cenário que não pediram".

O “La Razón” diz que já faltam notas de 20 na Grécia e que Varoufakis prometeu demitir-se, logo na segunda-feira, se o Sim (ao acordo com os credores) vencer no referendo.

No “La Vanguardia” a declaração de Alexis Tsipras: “As filas para as caixas multibanco são uma vergonha para a Europa”. O “New York Times” diz que o FMI apoia a necessidade de aliviar a dívida grega.

O “The Times” garante que os gregos, desesperados, se viram contra o Governo. O italiano “Corriere dela sera” apresenta a crise na Grécia como uma tragédia e avança quatro cenários possíveis pós-referendo.