30 jun, 2015
Jean Claude Juncker quer que Alexis Tsipras assine uma declaração onde se compromete a fazer campanha pelo “sim” no referendo do próximo domingo, e espera uma resposta ainda hoje.
Os pormenores não são todos conhecidos, mas segundo o “Ekathimerini”, Juncker terá sugerido a Atenas uma renegociação da dívida já em Outubro e alterações no subsídio de solidariedade para os pensionistas mais desfavorecidos. O jornal conta que Tsipras está a reconsiderar a proposta.
O primeiro-ministro esteve na segunda-feira na televisão grega. O “El País” conta que, no caminho para o estúdio, Tsipras passou pela manifestação que juntou 17 mil pessoas no centro de Atenas e que lhe deu muita força. Tsipras disse que quanto maior for a participação no referendo e o voto no “não”, mais forte será a posição negociadora da Grécia em Bruxelas.
O “Público” diz que a Europa está em campanha para vencer o referendo na Grécia. Um a um, os líderes das principais economias europeias enviaram uma mensagem clara ao governo de Tsipras, dizem que o referendo não é só sobre o acordo que estava a ser negociado, é antes sobre a permanência da Grécia no Euro.
Num artigo de opinião no “Público”, Teresa de Sousa diz que, cinco anos depois, a Europa não sabe o que fazer. Em Maio de 2010 a Grécia esteva na iminência da bancarrota e, na altura, Berlim não definiu uma estratégia política de longo prazo, e os outros países não tiveram força ou vontade para lhe impor outra atitude.
No “El País”, a opinião é assinada por Paul Krugman. O prémio Nobel da Economia defende o voto no “não” no referendo na Grécia. Krugman garante que tudo o que se diz sobre o desperdício e a irresponsabilidade grega é falso, e está na hora de colocar um ponto final a esta situação, caso contrário a Grécia vai enfrentar a austeridade infinita.
O “Diário de Notícias” conta que, num dos bairros históricos de Atenas, o dono de um restaurante queixa-se que as mesas estão vazias. É um dos primeiros sinais de retracção no consumo dos gregos no primeiro dia de controlo de capitais, em que tudo esteve fechado: bancos, bolsa e caixas multibanco.