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Escócia "out" e Catalunha "in"

23 set, 2014 • Ricardo Conceição

Resolvido o problema da independência na Escócia, atenções centradas agora num hipotético referendo na Catalunha. Na imprensa, fala-se também dos principais desafios que a nova equipa liderada por Jean-Claude Juncker terá pela frente. O primeiro será a aprovação dos nomes que propôs.

Depois arrumada a questão escocesa, as atenções viram-se agora para a Catalunha. As autarquias catalãs aprovam hoje uma moção de apoio à ideia de um referendo independentista. Segundo o “El Pais”, 670 dos 947 ayuntamentos estão ao lado da iniciativa do presidente Artur Mas.

Entretanto, o novo líder do PSOE, na Oposição propõe uma mudança no regime político para garantir uma Espanha unida.

No “El Mundo”, a manchete diz que o presidente da Catalunha quer que as eleições antecipadas na região e o referendo coincidam no mesmo dia: 9 de Novembro. Desta forma, Artur Mas garante que os catalães vão às urnas, mesmo que o Tribunal Constitucional proíba o referendo independentista. Na escolha do novo Governo, os catalães vão também escolher o seu destino e manifestar uma opinião.

Quais os grandes desafios da nova Comissão Europeia? É a pergunta que põe o “Times of Malta”. O jornal explica como é que Juncker resolveu dividir o trabalho pela sua equipa. Haverá dois planos: um com sete vice-presidentes sem um pelouro específico; outro dos comissários propriamente ditos. Resta saber como é que tudo isto vai funcionar na prática e como é que vai ser possível fazer o trabalho de equipa. A nova organização pode trazer confusão no desempenho do papel de cada um, segundo o diário maltês, e pode até potenciar rivalidades pessoais.

O exemplo que o “Times of Malta” dá é o do responsável pela Economia e Finanças da União Europeia, o francês Pierre Moscovici, que defende um apoio estatal ao crescimento. Ora, Moscovici terá dois vice-presidentes a supervisionar-lhe o trabalho: um lituano e um finlandês, ambos defensores das políticas de austeridade defendidas por Berlim. Atenções centradas, nos próximos tempos, também em temas como a Itália ou o crescimento económico na Zona Euro.

No “Wall Street Journal”, destaque também para a escolha dos novos comissários que vai ser debatida na próxima semana no Parlamento Europeu. O jornal norte-americano acredita que, pelo menos um ou dois candidatos apresentados por Juncker poderão “cair”. Uma das vítimas poderá ser o ex-ministro espanhol da Agricultura, Miguel Arias Cañete, do PPE, que deveria ficar com a pasta do Ambiente e Energia. Mas há grupos ligados aos ambientalistas que poderão vetá-lo, dadas as ligações anteriores à indústria petrolífera e a declarações recentes a uma rádio espanhola que foram consideradas “sexistas”.