Não é só o futuro da Escócia que se joga hoje... e a Europa aguarda

18 set, 2014 • Pedro Caeiro

A Europa sustem a respiração à espera do resultado do referndo à independência na Escócia. O resultado não interessa só aos escoceses. Toda a União Europeia pode sofrer com a decisão que sair das urnas.

Na BBC, destaca-se a declaração do Primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy, que diz que referendos na Escócia ou na Catalunha são como “torpedos” que podem afundar a União Europeia. Num discurso aos deputados no Parlamento, avisou que pode vir aí “mais recessão e pobreza”. E disse, ainda, que “uma Escócia independente pode levar, pelo menos, 8 anos a entrar na União Europeia”.
A BBC recorda as declarações da semana passada do presidente da Catalunha, Artur Mas, que disse à estação britânica que pretende fazer um referendo semelhante naquela região espanhola em Novembro. E, claro, defende um “SIM” escocês.

O discurso de Rajoy vem também referido no “The Independent”, que diz que as declarações do Chefe do Governo de Madrid vêm contrariar aquilo que defendem os independentistas escoceses. Eles alegam que os recursos pesqueiros, as reservas de petróleo e a população devem acelerar uma integração na União Europeia. O mesmo afirma o também britânico “The Telegraph”.

No Euractiv, a análise ao esfriar de relações entre a Suíça e a União Europeia. Ainda este Verão, Bruxelas recusou a renegociação do acordo bilateral sobre livre circulação de cidadãos, na sequência do referendo suíço que decidiu restringir a entrada de trabalhadores estrangeiros. Em resultado disso, o programa Erasmus vai ser interrompido na Suíça e o mercado comum de electricidade não vai sair do papel.

A influência da greve da Air France nos negócios europeus é tema para o “New York Times”. O diário norte-americano explica que a indústria das transportadoras aéreas europeias é uma das mais competitivas em todo o mundo e que a greve pode ter consequências económicas importantes. Sobretudo numa altura em que há uma competição cada vez maior por parte das companhias de baixo custo nas rotas europeias, mas também por parte das companhias do Médio Oriente que têm preços competitivos para ligações entre a Europa e a Ásia.

Termino com outros números importantes para a indústria europeia, referidos pela BBC: os da venda de automóveis. As vendas continuam em recuperação e, no caso do grupo Volkswagen, cresceram mais de 25%. Em geral, as vendas subiram mais de 5% em Julho quando comparadas com as do mesmo mês do ano passado. Os números são da Associação de Construtores Automóveis Europeus.