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Lituânia prepara entrada no euro e Tusk cumpre um mês no Conselho Europeu

22 dez, 2014 • Pedro Caeiro

Numa altura em que as instituições europeias estão paradas por causa do Natal, faz-se um balanço do primeiro mês de Donald Tusk nas novas funções. Na Lituânia prepara-se a entrada no euro. E Mogherini está no Iraque. 

Lituânia prepara entrada no euro e Tusk cumpre um mês no Conselho Europeu

Estamos em plena contagem decrescente para a entrada da Lituânia no Euro. Trata-se do 19º Estado-membro a entrar para a moeda única europeia e vai aumentar o número de europeus que usam a mesma moeda para 337 milhões. O mercado está cada vez mais alargado e o Governo de Vilnius está nos últimos preparativos, esta semana e a próxima, para uma mudança radical nos hábitos lituanos. A partir do dia 1 de Janeiro deixam de usar o “litas” e passam a usar o euro. A decisão está tomada há muitos meses, desde que Bruxelas concluiu que a Lituânia cumpre todos os critérios para adoptar a moeda única. Nestas duas semanas fazem-se os últimos acertos bancários e prepara-se tudo ao nível bancário, onde é preciso mudar as contas para euros e encher os cofres e caixas multibanco de euros, para que a moeda se espalhe pelo comércio e pelos bolsos dos lituanos, tal como aconteceu cá em 2002. Para além das autoridades lituanas, está envolvida a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.

Está aí à porta o Ano Europeu do Desenvolvimento. Espera-se que seja um ano especial, inserido no âmbito dos Objectivos do Milénio, traçados em 2000. O próximo ano vai ser aproveitado para informar os cidadãos europeus de como qualquer euro pode fazer a diferença e para os comprometer com a erradicação da pobreza em todo o Mundo, com a melhoria da situação dos refugiados, com a luta contra as alterações climáticas e a protecção dos recursos naturais. Para já, está tudo a ser preparado para o lançamento oficial, marcado para dia 9 de Janeiro em Riga, na Letónia, já em plena Presidência rotativa da União Europeia que vai ficar nas mãos daquele país no próximo semestre.

No plano diplomático, a Alta Representante e Vice-Presidente da Comissão, Federica Mogherini, viaja hoje para o Iraque. Em Bagdad, vai encontrar-se com o Presidente da República, o Primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano. A ideia passa por deixar uma mensagem de solidariedade e confirmar o empenho da União Europeia no aprofundamento das relações com o Iraque. Amanhã, viaja para Erbil, onde vai debater os grandes desafios que se põem à região do Curdistão, sobretudo tendo pano de fundo o combate aos militantes do Estado Islâmico. Até agora, a União Europeia contribuiu com 20 milhões de euros em ajuda humanitária e está a desenvolver vários projectos no Iraque, também no âmbito da ajuda humanitária e do apoio ao desenvolvimento. Antes de abandonar a região, Federica Mogherini vai visitar um centro de refugiados cristãos onde se vai encontrar com famílias e crianças que estão ali alojadas.

Esta semana ouvem-se ainda os ecos dos pedidos da Polónia à União Europeia para que se mantenha unida contra a Rússia. O chefe da diplomacia polaca admite que haja divergências entre os 28 sobre o modo como lidar com o regime de Vladimir Putin, mas que se deve manter o consenso no essencial: o plano de sanções tem de se manter. As declarações surgem a propósito do ministro alemão da Economia, que veio dizer que o aumento das sanções à Rússia era “errado” e que não era do interesse europeu lançar o “caos económico” naquele país.

Até dia 1 decorre também o primeiro mês de Donald Tusk à frente do Conselho Europeu. E já se vão fazendo balanços da nova liderança, que sucede a Van Rompuy. Ainda ontem, num artigo da Reuters, se falava numa tentativa do polaco de “recuperar a autoconfiança da União Europeia”. E dá-se o exemplo da reunião da semana passada, em que tudo foi curto, rápido e “directo ao assunto”. Havia duas prioridades: reanimar a economia europeia e manter firme a posição contra a Rússia. E Donald Tusk conseguiu deixar a sua marca na reunião. Mostrou uma Europa unida e mandou toda a gente para casa um dia mais cedo que o previsto. A ver vamos como lhe corre 2015, um ano que se prevê controverso do ponto de vista monetário, de estagnação económica e com alguma instabilidade política à mistura.