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Trabalho Sem Fronteiras

COHiTEC. Os cientistas aprendem a vender as boas ideias

19 ago, 2015 • Ana Carrilho

Nesta edição conhecemos o trabalho do COHiTEC, uma programa que ajuda as equipas de investigadores a desenvolver uma ideia de negócio e encontrar investidores.

Um biossensor que precisa apenas de uma gota de sangue para fazer o diagnóstico do VIH em três dias.uma solução tecnológica que acaba com os problemas de adaptação das próteses ao coto em amputados dos membros inferiores, uma tecnologia farmacêutica que pode levar à cura do cancro do pulmão ou um sistema que permite prever o crescimento das plantas e gerar sementes mais produtivas.

São apenas alguns dos 15 projectos seleccionados para a edição deste ano do COHiTEC, que terminou recentemente, em destaque nesta edição do "Trabalho sem Fronteiras".

Durante quatro meses, as equipas, que incluíram 46 investigadores, 14 estudantes de gestão e 33 mentores, receberam formação com o objectivo de adquirirem ferramentas que lhes permitam apresentar e vender melhor as duas ideias junto de investidores. É um obstáculo que nem sempre é fácil de ultrapassar.

O programa COHiTEC, da COTEC Portugal, "vai às universidades procurar ciência e tecnologia que tenha potencial comercial e durante quatro meses dá formação aos investigadores", diz o coordenador do programa, Pedro Vilarinho.

"O resultado final", sublinha, "é um plano de negócios que é suficiente para irem à procura de um primeiro financiamento que os ajude a avançar na investigação". Biotecnologia, ciências da vida, farmacêutica e tecnologias industriais são as áreas com mais propostas, mas para as quais é preciso muito tempo e ainda mais milhões de euros.

E é aqui que entram os fundos de capital de risco, a maior parte estrangeiros. O Fundo Europeu de Investimento (FEI), agência do Banco Europeu de Investimento (BEI), serve para financiar as pequenas e médias empresas em todas as fases de desenvolvimento, com fundos do BEI e da Comissão Europeia.

"O Fundo não investe directamente, mas sim através da participação em fundos de capital de risco que, em conjunto com outros investidores, decidem em que empresas investir. O objectivo é optimizar o desenvolvimento científico, a tecnologia e a criação de emprego. E, por outro lado, gerar retorno financeiro para os investidores", diz José Cabrita, representante do FEI para Portugal e Espanha.

O Fundo Europeu de Investimento aplica anualmente cerca de 1.500 milhões de euros nestes projectos.