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Portugal "tenta apanhar o comboio" da segurança europeia

28 jan, 2015 • Ana Carrilho/Liliana Carona/Olímpia Mairos

Esta quarta-feira no espaço dedicado às questões europeias conhecemos uma campanha lançada pela Autoridade para as Condições de Trabalho que vai decorrer ao longo do ano: uma campanha de prevenção de riscos profissionais em máquinas e equipamentos de trabalho.

Portugal "tenta apanhar o comboio" da segurança europeia

É uma prioridade porque o uso das máquinas não está em conformidade com a legislação europeia. Um problema que não é apenas de Portugal, mas comum aos 28, reconhece a Comissão.

Teresa Moitinho de Almeida, Chefe da Unidade de Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho, da Direcção Geral do Emprego da União Europeia traçou os objectivos: por um lado, é preciso melhorar a aplicação da legislação europeia – que já conta com cerca de 30 directivas, algumas em fase de reavaliação. É preciso, ainda, melhorar a prevenção de doenças profissionais.

Teresa Moitinho de Almeida diz que há instrumentos que podem ajudar a melhorar a situação. O recurso aos fundos estruturais é apenas um deles.

A responsável do departamento europeu lembrou os inúmeros estudos feitos pela Comissão e outros organismos internacionais que apontam para os ganhos que existem para quem aposta na prevenção: não apenas para quem trabalha mas também para a competitividade empresarial.

Portugal é um dos países em que os acidentes no trabalho têm vindo a cair mas ainda é responsável por centenas de acidentes graves e mais de uma centena de mortes.

Em 2012, 57 mortes tiveram como origem o mau uso de máquinas e equipamentos. Há ainda que contar com as consequências das centenas de acidentes graves, embora não mortais. “Daí a necessidade da campanha”, diz o Inspector Geral da Autoridade para as Condições de Trabalho, Pedro Pimenta Braz.

Apesar dos números, há empresas em que a segurança é uma prioridade. Uma opção que implica investimento em máquinas e equipamentos, material de protecção para os funcionários e formação.

A Renascença visitou um bom exemplo: a empresa Cerutil, uma indústria cerâmica em Sátão.

Outra área em que ainda é preciso trabalhar muito para reduzir a sinistralidade é na agricultura e, sobretudo, com o uso de tractores. Em ano e meio – desde o início de 2013 a meio de 2014, a GNR registou mais de 250 acidentes com tractores agrícolas que provocaram 115 mortos e 83 feridos graves.

Foi a pensar nesses números negros que apareceu o Hi-Tractor, um projecto desenvolvido por um engenheiro de Torre de Moncorvo e que deverá estar no mercado em breve, que alerta as autoridades em caso de acidente. Um sistema que a Renascença foi conhecer.