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Portugal pode lançar mais redes ao mar em 2015

17 dez, 2014 • Anabela Góis/André Rodrigues/Gastão Costa Nunes

O Conselho Europeu definiu ontem as quotas para o ano que vem e Portugal garantiu mais 18% na quota de pesca global, em comparação com 2014. Analisamos os números, entrevistamos a ministra, fazemos reportagem em Olhão e ouvimos um ecologista.

Portugal pode lançar mais redes ao mar em 2015

É nos carapaus que se regista a maior subida: mais 67%. Mas foi, ainda, negociado entre os ministros das Pescas dos 28 um aumento de 14% no tamboril, de 10% no biqueirão e de 15% no lagostim.

Portugal conseguiu, ainda, mais dias para a captura da pescada. A ministra da Agricultura diz que “é o melhor resultado de sempre”. Entrevistada pelo jornalista André Rodrigues, Assunção Cristas não esconde a sua satisfação.

Novo acordo, vida nova
Este é um acordo que abre perspectivas positivas para os pescadores portugueses no ano que vem. E 2014, que agora chega ao fim, é um ano de má memória para os armadores. No Algarve, as frotas ficaram muitas vezes parados porque já tinham atingido a quota de pesca de lagostim e de pescada. Em contrapartida, andamos a comprar carapau estrangeiro.

Também os preços são outro problema e, ouvidos pelo correspondente da Renascença Gastão Costa Nunes, “se não fossem os espanhóis a comprar o nosso peixe, a situação seria ainda pior”.

Portugal cumpre regras, mas ainda há falta de transparência
 O Conselho de Ministros, que ontem estabeleceu os limites de captura de pescado na União Europeia, foi o primeiro ao abrigo da nova Política Comum de Pescas.

Gonçalo Carvalho - ecologista da SCIAENA (associação de Ciências Marinhas e Cooperação) e que integra a Plataforma de Organizações não Governamentais Portuguesas para a Pesca - acompanhou esta reunião em Bruxelas.

Esta ONG faz parte de um grupo de 188 que escreveram aos ministros das pescas dos 28 a pedir, justamente, que fixassem quotas de pesca compatíveis com o rendimento máximo sustentável já para 2015, para bem dos ecossistemas marinhos, dos recursos pesqueiros e das comunidades piscatórias que deles dependem.

Entrevistado pela jornalista Anabela Góis, Gonçalo Carvalho mostra-se satisfeito com a prestação de Portugal - um dos países mais cumpridores - mas diz-se frustrado com a falta de transparência de todo o processo de decisão.