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Um em cada dois católicos vive nas américas

06 mar, 2013 • Filipe d’Avillez, com Domingos Pinto

É no continente americano que se encontra inclusivamente o maior país católico do mundo, demograficamente falando. Por outro lado, há grandes diferenças entre o Norte e o Sul.

Os números são claros: de 1910 a 2010, a percentagem mundial de católicos nos américas passou de 29% para 47%. Hoje em dia, quase metade de todos os católicos do mundo vivem no continente americano, englobando Norte e Sul, sendo quase 500 milhões de pessoas. O Brasil é inclusivamente o maior país católico do mundo, em termos demográficos.

Há grandes diferenças entre Norte e Sul do continente. Na América Latina, e apesar do grande aumento de igrejas pentecostais e evangélicas nas últimas décadas, a Igreja Católica continua a ser bastante hegemónica e, em vários países, goza de uma influência significativa junto da sociedade e da classe política.

Nos Estados Unidos, mais do que no Canadá, assiste-se a uma Igreja combativa, actualmente unida como nunca tinha estado, e extremamente participativa nos debates nacionais, culturais e politicas. O Canadá é mais comparável com a Europa, crescentemente secularizada.

Em entrevista à Renascença, o padre Joseph dos Santos, neto de portugueses e actualmente pároco em Rhode Island, Estados Unidos, confirma esta ideia e explica que as vocações aumentam a olhos vistos nas dioceses mais firmes na fé. Contudo, lamenta que os padres sejam vistos menos como "pais de uma família paroquial" e mais como "funcionários", considerando que essa aproximação das pessoas é um dos desafios que a Igreja americana tem de enfrentar no futuro.

Em ambos os países - Estados Unidos e Canadá -, os católicos são ainda minoritários, mas têm ganho uma crescente aceitação social, fazendo esquecer tempos em que um candidato presidencial católico era visto com suspeição pela classe política e pela imprensa.

Quantos cardeias das américas estão no Conclave?
Com quase metade da população católica mundial, poder-se-ia esperar um maior número de cardeais americanos no Conclave, mas, na verdade, entre América do Norte e América Latina encontram-se apenas 33. Cinco destes são do Brasil.

Um deles é o arcebispo de Aparecida, que, em declarações à Renascença, diz que não está preocupado com a proveniência do próximo Papa, mas admite que se for brasileiro será uma grande festa para o seu país. O cardeal brasileiro espera que "Deus mande o pastor mais adequado, segundo a Sua vontade, para os tempos de hoje, para a Igreja de hoje".

Muito se tem falado da possibilidade de o próximo Papa ser de uma das américas. Entre os nomes mais mencionados encontra-se Sean O’Malley, de Boston, Odílo Scherer, de São Paulo, e Leonardo Sandri, um argentino que trabalha na Cúria Romana.