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Passos diz que Portas deu aval às novas medidas de austeridade

13 set, 2012

Chefe do Governo diz que o ministro dos Negócios Estrangeiros esteve envolvido nas negociações e que seria "uma tragédia" se os deputados do CDS e do PSD não aprovassem no Parlamento o novo pacote de austeridade.

Passos diz que Portas deu aval às novas medidas de austeridade
Pedro Passos Coelho argumenta que as novas medidas não poderiam ter sido apresentadas sem o conhecimento e o acordo do ministro de Estado e de Negócios Estrangeiros.

O primeiro-ministro garante que o líder do CDS, Paulo Portas, deu o seu acordo para as novas medidas de austeridade e considera que seria "uma tragédia" se os deputados que apoiam o Governo não as votassem.

"O Dr. Paulo Portas é presidente do CDS-PP, mas é ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Nenhum Governo fecha uma negociação externa e internacional que não seja do conhecimento e não possa ter o acordo do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Nesse dia, algo de errado se passaria com o Governo", afirmou Pedro Passos Coelho esta quinta-feira, em entrevista à RTP. "Estou inteiramente tranquilo quanto à posição do ministro nesta matéria", sublinhou ainda.

O chefe de Governo precisou que Paulo Portas esteve envolvido na preparação de uma das medidas mais polémicas - a redução da taxa social única para as empresas, que foi compensada pela subida das contribuições dos trabalhadores. Certo é que o líder do CDS ainda não falou publicamente sobre o tema e vai reunir o partido este sábado para discutir as novas medidas.

A "tragédia" para Portugal
Sobre as críticas dentro dos partidos da maioria, Passos Coelho disse não querer "preocupar os portugueses com tensões normais". "Só constituem um problema para o país se estes partidos puserem em causa o apoio ao Governo. Se não votassem [as medidas], seria uma tragédia para Portugal. Não quero pensar que alguém que tem a responsabilidade de apoiar o Governo, que assumiu a responsabilidade de conduzir o país para fora desta crise, criasse um problema ao país por razões de incomodidade. É uma matéria que nem sequer equaciono", disse.

Passos Coelho recusou falar em remodelação governamental. "Nenhum primeiro-ministro aceita publicamente falar de remodelações, nem quanto à estrutura do Governo. Posso dizer que se não estivesse satisfeito com os resultados da orgânica que escolhi, já a teria alterado." Quanto a eventuais saídas de secretários de Estado para a luta autárquica que se apróxima, o primeiro-ministro disse nada saber sobre essa possibilidade.

O tema RTP também foi abordado. O primeiro-ministro disse que há "seis" soluções a serem estudadas por consultores contratados pelo Governo e que a única coisa que pode garantir nesta altura é que "a RTP não vai ficar como até aqui". Passos Coelho também disse que não está previsto concessionar ou vender nenhum dos actuais canais a empresas estrangeiras.