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Empresários acreditam que medidas do Governo não vão criar emprego

10 set, 2012

Novas medidas de austeridade, que são consideradas um "disparate", vão afectar a compra de produtos nacionais.

Empresários acreditam que medidas do Governo não vão criar emprego
Os empresários dizem que as novas medidas de austeridade não vão levar à contratação de trabalhadores. José Alves da Silva, presidente da Associação PME Portugal, diz que as medidas anunciadas pelo Governo são um disparate e garante que vão fomentar o desemprego.

“É evidente que não haverá mais contratação de trabalhadores, na medida em que as empresas vão ter reduzida a sua produção e, além disso, reduz-se também a própria distribuição e o retalho”, defende. Perante um cenário destes, alerta José Alves da Silva, “não há com certeza criação de emprego”.

“Há sim aumento do desemprego. É uma medida que é um disparate”, critica. 

O presidente desta associação vai mais longe e explica que as medidas de austeridade vão afectar a compra de produtos nacionais, porque “se o rendimento das famílias é demasiado baixo, é evidente que o consumo interno vai ser agravado em produtos nacionais”.

Por isso, argumenta João Alves da Silva, a “produção baixa e, a partir do momento em que a produção começa a baixar, se as empresas de distribuição não tiverem trabalho, e as empresas a retalho não tiverem trabalho, é evidente que o desemprego aumenta e se o desemprego aumenta, aumentam as necessidades financeiras do Estado”.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou na sexta-feira um aumento de 11 para 18% da contribuição para a Segurança Social dos trabalhadores dos sectores público e privado e a redução de 23,75 para 18% da contribuição das empresas.

Com as novas medidas de austeridade os funcionários públicos continuam a perder o equivalente ao subsídio de Natal e de férias, cuja suspensão tinha sido considerada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional.

Um dos subsídios continuará suspenso e o outro será diluído pelos 12 meses de salário, mas na prática será absorvido pelo aumento de 7% da taxa a pagar à Segurança Social.

Para os funcionários do sector privado, o aumento da comparticipação para a Segurança Social equivalerá à perda de um salário por ano. Os pensionistas continuam sem subsídios de Natal e férias.