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Cuba

Centenas de pessoas foram detidas para não verem o Papa falar de liberdade

30 mar, 2012

Damas de Branco, organização de mães, filhas e mulheres de presos políticos, tentaram entrar na missa de Bento XVI em Havana, mas foram reconhecidas e impedidas pelas autoridades

Centenas de pessoas foram detidas para não verem o Papa falar de liberdade
Centenas de pessoas foram libertadas das prisões cubanas depois da partida de Bento XVI do país. O acto, longe de ser um gesto de reconhecimento dos apelos à liberdade feitos pelo Papa, visou pessoas que tinham sido detidas precisamente para não poderem ver o Papa ao vivo.

O Governo deteve centenas de pessoas que suspeitava de poderem vir a manifestar-se de alguma forma contra o regime nos eventos com o Papa. Segundo a organização Christian Solidarity Worldwide, os presos de consciência foram mantidos separados uns dos outros. Alguns passaram todos os dias em greve de fome, como protesto. Outras pessoas foram mantidas apenas em prisão domiciliária.

Mal Bento XVI partiu, a maioria destes activistas foi libertada, não podendo por isso ouvir ao vivo as homilias e os discursos do Papa, nos quais apelou várias vezes à liberdade para os cubanos.

As Damas de Branco, uma organização de mães, filhas e mulheres de presos políticos, tentaram aceder à missa do Papa em Havana, na quarta-feira, mas foram impedidas. As mulheres evitaram entrar em grupo, para não dar nas vistas, mas foram reconhecidas pelas autoridades e impedidas de participar na celebração.

Apesar de todos os cuidados das autoridades, registou-se pelo menos um incidente. Um homem foi detido depois de gritar “abaixo o comunismo” na missa que o Papa celebrou em Santiago de Cuba, no início da sua viagem ao país.