12 jun, 2014 • Fernando J. Regateiro
Do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, começo por relevar o apelo do Presidente da República para uma cultura de compromisso.
Continuo também a entender como curial um “entendimento partidário de médio prazo sobre uma trajectória de sustentabilidade da dívida pública e sobre as reformas indispensáveis ao reforço da competitividade da economia”.
As gorduras de há três anos já se esfumaram em cortes e aumentos de tudo o que é imposto. Os portugueses estão secos e sem resiliência social. E a “conversa fiada” dos líderes partidários já cansa, quando faz de conta que a culpa é dos outros. O alerta dos eleitores está dado, com os resultados das últimas eleições europeias.
Relevo ainda a nobreza e a dignidade com que o Presidente da República enfrentou o seu momentâneo problema de saúde. A fragilidade humana suspendeu a função presidencial, mas não a dignidade. Os risos de alguns soaram a desrespeito pela condição humana.
Do episódio ressalta ainda a perspicácia e a prontidão do general Pina Monteiro, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), no imediato apoio dado ao Professor Cavaco Silva.
E que dizer do senso dos limites dos sindicalistas que se manifestaram ruidosamente neste 10 de Junho? A este propósito, não foi irrelevante, em nada, o pedido do CEMGFA “a todos aqueles que estão a perturbar esta cerimónia militar que tenham respeito por Portugal e pelas Forças Armadas”, feito enquanto o Presidente da República se recompunha, ou o desabafo de anónimo ao dizer que “hoje não é dia de protesto”.
Não pode valer tudo!