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Fernando J. Regateiro

Birra ou instinto político?

06 mar, 2014

A recuperação do valor da palavra pretende ainda combater a ideia que o “irrevogável” Portas e os “milagreiros” do CDS querem fazer passar – sem eles, a “coisa” seria bem pior!  

Em Portugal, a palavra dos políticos vale muito pouco.

Que o diga Passos Coelho, para quem o “não”, tantas vezes dito na oposição, tem sido o “sim” do aumento de impostos e dos cortes!

Por isso, resta-lhe agora, no “teatro de sombras” da política em que se move, reaparecer como respeitador do valor da palavra.

E, daí, os seus “que se lixem as eleições”, “só vamos sair desta situação empobrecendo”, “não teremos milagre económico em Maio”, ou “não podemos regressar ao nível salarial de 2011”.

A recuperação do valor da palavra, anunciando o que todos sentem, pretende ainda combater a ideia que o “irrevogável” Portas e os “milagreiros” do CDS querem fazer passar – sem eles, a “coisa” seria bem pior!

Neste pensar, a intervenção de ontem de Catarina Martins do BE, ao dizer que a palavra do Primeiro-Ministro “não vale nada” foi providencial. Isto, porque permitiu a Passos Coelho uma reacção fulminante: "Dado o valor que a minha palavra tem para a Senhora Deputada, eu creio que ela não estará à espera, com certeza, de nenhuma resposta".

O resto também não era preciso dizê-lo. Indignado ou não, todos já sabem, os portugueses sabem, que está ali “para que o país possa progredir”!...