À distância de um toque

20 mar, 2012 • Isabel Pacheco

Viagem real ao mundo da ficção científica, guiada por uma empresa bracarense que coloca o mundo na ponta dos dedos. Na semana em que a Renascença mostra o país que mexe e empreende, esta é uma história sobre o Portugal inovador.

À distância de um toque
Já não é ficção científica interagir com vídeos, fotos ou qualquer outro conteúdo através do simples toque de dedos numa superfície de vidro ou de plástico. A possibilidade é real e saltou do ecrã para o ano 2012 graças à tecnologia "skin multitouch" da Edigma.

Trata-se de uma membrana criada por esta empresa bracarense que foi mais longe que os filmes e deu curvas à tecnologia, permitindo, assim, transformar superfícies planas com curvas em superfícies interactivas, multitoque e multiutilizadores.

O globo com um metro de diâmetro que está na entrada das instalações da empresa é a prova. “Aqui temos a tecnologia aplicada a um globo. Com os dedos, podemos procurar um continente, identificar um país ou ver um rio usando apenas os dedos”, diz o empresário Miguel Peixoto, explicando que se trata de “uma tecnologia de topo e única no mundo”. 

Esta criação portuguesa está presente em 60 países e “no iate de Roman Abramovich [patrão do Chelsea]”, confidencia o jovem empresário, que fala dos óscares da interatividade arrecadados pela concepção de duas lojas onde o objetivo, explica, “ foi permitir às pessoas que, ao visitarem esses espaços, entrassem num filme de ficção cientifica, mas sentido-o como real”.

Permitir experiências, possibilitar sensações e surpreender são objectivos desta tecnologia, que “tem tudo para revolucionar o dia-a-dia”. “Há que aproveitar a oportunidade e dar passos em frente”, diz Miguel Peixoto, que garante que os avanços que estão a dar “não podem ser feitos noutro ponto à escala global”. “Isso é diferenciador. Há esse grande filão para aproveitar”, defende.

Potenciar a tecnologia é, agora, a palavra de ordem da equipa que quer fazer história em português, mas, para isso, também "é preciso acreditar mais no que é nosso", sublinha o empresário bracarense.

“O que fazemos é um trabalho de nível e de exigência internacional, mas com muito orgulho de ser português”, evidencia Miguel Peixoto, que lamenta já ter sido rejeitado por ser português. "Uma empesa portuguesa entrou em contacto connosco através do website, escrito em inglês. Quando percebeu que éramos portugueses, perdeu interesse em trabalhar. Isso é um facto que não esquecemos."