Se pedir hoje a reforma, fica com menos quase 4%

01 jan, 2012 • Ana Carrilho

Entra hoje em vigor o Orçamento do Estado para 2012, que traz consigo fortes medidas de austeridade.

Se pedir hoje a reforma, fica com menos quase 4%
Novo ano, novo Orçamento do Estado em vigor e novas regras para o cálculo das pensões. Quem pedir a reforma a partir de hoje, terá de contar com um corte de 3,92%.

São os efeitos do factor de sustentabilidade, que liga o valor das pensões à esperança média de vida. A alternativa é trabalhar mais quatro ou 12 meses além dos 65 anos, conforme o tempo de descontos que tiver.

Entre os que já são pensionistas, só os que têm pensões mínimas inferiores a 247 euros é que têm direito um aumento equivalente à inflação: 3,1%, ou seja, entre seis e sete euros a mais no bolso por mês.

São contempladas cerca de um milhão de pessoas.

Todos os que recebem mais de 247 euros perdem. Se recebe até 600 euros, perde porque tem a pensão congelada há dois anos e acumula uma perda real de rendimento na ordem dos 6%.

Acima de 600 euros, há um corte nominal progressivo, que vai reflectir-se em perdas nos subsídios de férias e de Natal, ao ponto de quem recebe mais de 1100 euros ficar sem os dois subsídios. São 300 mil os aposentados da Função Pública e outros tantos reformados da Segurança Social que se encontram neste pacote.

Estes cortes nas pensões devem render ao Estado mais de 1,2 mil milhões de euros.

Mas este ano os portugueses vão sentir os efeitos de outras medidas de austeridade, que a Renascença lhe tem dado e vai continuar a dar a conhecer. No caso dos funcionários públicos, podem contar com um corte médio de 5% no salário. Ficam ainda sem, pelo menos, um dos subsídios (férias ou Natal).